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Amazonas

Promotor quer saber motivo da falta de policiais em cidades do Amazonas na rota do narcotráfico

Quando candidato, no ano passado, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), disse era necessário fechar as fronteiras para combater o tráfico de drogas e prometeu guarnecer fronteiras.

O Ministério Público do do Amazonas (MP-AM) instaurou inquérito civil para apurar as razões da ausência de delegado, escrivão e investigador de polícia no município de Japurá. O município fica na calha do Rio Japurá, afluente do Rio Solimões, uma das principais rotas usadas pelo narcotráfico para transportar drogas da fronteira do Estado com a Colômbia e o Peru até Manaus.

A Portaria de instauração do inquérito foi publicada nesta quarta-feira, no Diário Oficial do MP-AM, pelo promotor José Augusto Palheta Taveira Junior, tendo como interessada a sociedade e como requerido o Estado do Amazonas. O município tem 55,7 mil quilômetros quadrados, fica na fronteira com a Colômbia e tem baixa densidade demográfica.

Em outubro deste ano, o Exército Brasileiro apreendeu cerca de meia tonelada de maconha e cocaína no município, transportadas por traficantes brasileiros, peruanos e colombianos. Em 2018, também apreendeu cerca de 750 quilos de maconha, em operação na Vila Bittencourt, realizada pelo 3° Pelotão Especial de Fronteira.

Japurá é um dos 1.254 municípios do País que podem ser extintos e incorporados por cidades vizinhas porque têm menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria inferior a 10% do total das receitas, como prevê o Programa Mais Brasil anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro. Com 2.755 habitantes, Japurá poderá ser fundido a Maraã, o mais próximo de seu território.

O promotor José Augusto Palheta Taveira Junior também instalou um inquérito civil para apurar irregularidades na falta de iluminação pública nas ruas, praças e demais logradouros de Japurá.

Promessa de candidato

O então candidato a governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), em entrevista, no dia 16 de agosto do ano passado, disse era necessário fechar as fronteiras para combater o tráfico de drogas. “A gente precisa guarnecer as nossas fronteiras, que é por onde chegam às drogas”, disse.

Ele afirmou que um dos seus planos de governos é aumentar o efetivo da Polícias Civil e Militar. Wilson Lima falou ainda em valorizar o policial e trabalhar com inteligência. Lima disse que ia fechar a cidade para evitar roubos. Segundo ele, a segurança pode ser melhorada com a metade do que foi investido nos últimos anos.

Região sem polícia

No inicio de novembro, o MP-AM instaurou Procedimento Preparatório para averiguar a falta de materiais de expediente e efetivo policial na Delegacia de Policia do município de Tabatinga, na calha do Rio Solimões, na fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, região considerada como uma das maiores produtoras e exportadores do mundo de cocaína e a maior parte da população está exposta à violência do narcotráfico.

Também em novembro, o MP-AM instaurou inquérito civil para para apurar denúncia sobre a paralisação de atendimento na Delegacia de Polícia após as 14h, no município de Tefé, também na calha do Rio Solimões.

Em maio deste ano, a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Alcyon, para desarticular organização criminosa e reprimir ações do tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro no Amazonas. Foram cumpridos 14 mandados de prisão preventiva e 9 mandados de busca e apreensão, em Manaus, Tefé e Tabatinga.

A PF informou que as substâncias entorpecentes eram adquiridas pelos investigados diretamente do fornecedor, na Colômbia, e introduzidas no território brasileiro por meio de embarcações que as transportavam pela calha do Rio Solimões até Manaus. Foram apreendidos 827 quilos de maconha, que estavam ocultados no tanque de combustível de uma embarcação.

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