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Estudo aponta que idade avançada e doenças crônicas agravam situação de pacientes com coronavírus

Nos casos analisados, pessoas que morreram eram, em geral, mais velhas e apresentavam doenças crônicas, principalmente hipertensão e diabetes

Idade avançada e doenças crônicas como hipertensão e diabetes são os principais fatores de risco para pacientes com Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. A conclusão é de um estudo publicado ontem (9) no periódico médico Lancet por pesquisadores ligados a instituições chinesas, de acordo com a BBC Brasil.

Trata-se do primeiro estudo a mapear a evolução do quadro de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Foram considerados quadros de 191 pessoas internadas no Hospital Jinyintan e no Hospital do Pulmão de Wuhan. Destes, 137 receberam alta e 54 morreram nos hospitais, considerados referência para o tratamento da doença, que surgiu na China e se espalhou pelo mundo.

Uma das conclusões é a de que, como vêm mostrando outras pesquisas, a idade avançada é um fator de risco para a Covid-19. Comparados com aqueles que sobreviveram, pacientes que morreram eram, em geral, mais velhos — em média 69 anos em comparação com a média de 52 entre os que sobreviveram.

“Desfechos piores em idosos podem ser explicados, em parte, pelo enfraquecimento do sistema imunológico relacionado à idade”, aponta o estudo.

Dos 191 pacientes analisados, cerca de metade (48%) tinha doenças crônicas — sendo as mais comuns hipertensão (30% da amostra) e diabetes (19%). Após cálculos matemáticos, os autores consideram que estas comorbidades são também fator de risco para casos mais graves da doença.

Em todos os pacientes, a complicação mais comum decorrente da Covid-19 foi a sepse (inflamação sistêmica do organismo contra uma infecção), detectada em 100% dos pacientes mortos e 42% dos sobreviventes, seguida de insuficiência respiratória (98% versus 36%). A frequência de complicações como essas foi maior em pessoas que morreram do que as que tiveram alta.

A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a letalidade do novo coronavírus seja de 3,4%.

O artigo mostrou que a duração mediana da disseminação viral foi de 20 dias em pessoas que sobreviveram à infecção — variando de oito a 37 dias. Nos 54 pacientes que morreram, o vírus era detectável até a morte.

A disseminação viral é diferente da incubação — no primeiro caso, a infecção já está configurada, ou seja, o vírus não só está no corpo do paciente como provocando sintomas. Para autoridades de saúde como OMS e Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), são casos como esses, os sintomáticos, os com maior risco de transmissão — e, por isso, os mais preocupantes.

“O período de incubação vai desde o momento de contato com o vírus até quando ele começa a causar sintomas, quando ele está se replicando. Por isso, espera-se de 2 a 14 dias após o contato com uma pessoa infectada, pois esse tempo é o necessário para saber se a pessoa desenvolveu a doença — portanto, se o vírus se adquiriu a capacidade de se replicar.”

 

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