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Operação Sangria: empresa que recebeu os dólares dos ventiladores tem endereços na Flórida e em NY, mostra site especializado

De acordo com avaliação da Polícia Federal (PF) e de Procuradoria Geral da República (PGR) de operação cambial que aponta para a existência de “robustos indícios da prática de lavagem de dinheiro”.

A empresa americana Jalusa Corporation, Inc., para onde foram remetidos US$ 525 mil (R$ 2.274.225,00) do venda superfaturada de 28 ventiladores pulmonares ao governo do Amazonas, tem dois funcionários e receita anual de US$ 98.948, com endereços em Pembroke Pines, na Flórida, e na 159ª Avenida, em Nova Iorque, segundo o site Dun & Bradstreet, que coleta informações financeiras de empresas privadas para mais de 23 milhões de empresas em mais de 200 países.

Informações do site Dum & Bradstreet sobre a Jalusa Corporatino.

De acordo com avaliação da Polícia Federal (PF) e de Procuradoria Geral da República (PGR) o dinheiro do negócio suspeita dos ventiladores pulmonares em meio à pandemia de Covid-19 no Amazonas foi enviado para uma conta no exterior da Jalusa Corporation, Inc Company, por meio de operação cambial que aponta para a existência de “robustos indícios da prática de lavagem de dinheiro”.

De acordo com o inquérito federal que apura a compra dos ventiladores pulmonares, a Jalusa havia vencido uma licitação anterior, da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam), mas não entregou os aparelhos. As análises financeira indicam que a FJAP & Cia Ltda., que vendeu os equipamentos, numa triangulação com a empresa Sonoar, remeteu imediatamente o dinheiro, assim que recebeu do governo do Amazonas, para o exterior.

Em função das irregularidades constatadas no processo, a PF chegou a pedir a prisão do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), que foi alvo da Operação Sangria. O ministro do Superior Tribunal Federal Francisco Falcão negou o pedido de prisão do governador, afirmando que “não havia justificativa no momento”. Lima teve os bens bloqueados pela Justiça e foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele. Em uma rede social, o governador se disse surpreso com a operação e ser o principal interessado em esclarecer os fatos.

A operação levou à prisão a secretária de Saúde Simone Papaiz, que assumiu o cargo em abril, um funcionário, dois ex-funcionários e empresários envolvidos no processo que investiga superfaturamento e direcionamento na compra de respiradores e lavagem de dinheiro. O MPF caracteriza a irregularidade como uma triangulação: a dispensou licitação para comprar 28 respiradores FJAP que comprou os equipamentos da Sonoar por R$ 2,48 milhões e revendeu ao governo por R$ 2,976 milhões. Mas a Sonoar já havia oferecido os ventiladores pulmonares por preços bem menores, o que leva o prejuízo aos cofres públicos a mais de R$ 1,5 milhão, segundo as investigações.

De acordo com o inquérito, o representante da Jalusa, no primeiro processo de compra de ventiladores pulmonares foi o empresário Ruben Gustavo Siqueira Lengler, sócio das empresas Hti Transportes Internacionais Ltda., Hti Logistica Ltda., da D’Luna Administradora De Imóveis Ltda, Agropecuária Manauara Ltda., Silverland Assessoria Financeira Ltda. e da Agropecuaria Manauara Ltda., todas no Amazonas, segundo o site Consulta Sócio.

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