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Amazonas

Operação Sangria: subprocuradora da República diz que governador Wilson Lima comanda ilícitos na Saúde

Lindôra Araújo disse que se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa que serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia de Covid-19 para obter ganhos financeiros ilícitos.

A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo que requereu as medidas cautelares da Operação Sangria, que investiga desvios milionários na área de saúde do Amazonas, realizada na manhã desta terça-feira, disse, no pedido, que “os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando e orientação do governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, o qual detém o domínio completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão, no bojo das quais atos ilícitos têm sido praticados”, destaca Lindôra Araújo.

As informações são do site Amazonasatual.com.br. Segundo o site, Lindôra Araújo argumentou que as investigações permitiram, até o momento, “evidenciar que se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa que, instalada nas estruturas estatais do governo do estado do Amazonas, serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia de Covid-19 para obter ganhos financeiros ilícitos, em prejuízo do erário e do atendimento adequado à saúde da população”.

Em nota, o Governo do Amazonas informou que aguarda o desenrolar e informações mais detalhadas da operação que a Polícia Federal realiza em Manaus para, posteriormente, se pronunciar sobre a ação. Também informou que o governador Wilson Lima, que estava em Brasília para cumprir agenda de trabalho, está retornando para Manaus.

Investigadores da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) cumprem na manhã desta terça-feira, 30, mandados de prisão temporária contra oito pessoas, além de buscas e apreensões em 14 endereços de pessoas ligadas ao governador Wilson Lima (PSC).

As medidas foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), e incluem o bloqueio de bens no valor R$ 2,976 milhões, de 13 pessoas físicas e jurídicas. Wilson Lima é alvo de buscas e bloqueio de bens na Operação Sangria, deflagrada nesta manhã.

A investigação apura a atuação de uma organização criminosa instalada no governo do Amazonas com o objetivo de desviar recursos públicos destinados a atender as necessidades da pandemia de covid-19. Com a participação direta do governador, foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados.

Em um dos contratos investigados foi encontrada suspeita de superfaturamento de, pelo menos, R$ 496 mil. Além disso, apurou-se que os respiradores foram adquiridos por valor superior ao maior preço praticado no país durante a pandemia, com diferença de 133%.

No esquema identificado pelo MPF e pela Polícia Federal, o governo do estado comprou, com dispensa de licitação, 28 respiradores de uma importadora de vinhos. Em uma manobra conhecida como triangulação, uma empresa fornecedora de equipamentos de saúde, que já havia firmado contratos com o governo, vendeu respiradores à adega por R$ 2,480 milhões.

No mesmo dia, a importadora de vinhos revendeu os equipamentos para o estado por R$ 2,976 milhões. Após receber valores milionários em sua conta, a adega os repassou integralmente à organização de saúde. Registros encontrados pelos investigadores comprovam a ligação entre agentes públicos e empresários envolvidos na fraude.

Estão sendo apuradas suspeitas da prática de peculato, delitos da lei de licitações, organização criminosamente, lavagem de dinheiro, e crimes contra o sistema financeiro.

Na Operação, foram pedidas as prisões da secretária de Saúde, Simone Araujo de Oliveira Papaiz; do secretário-adjunto da Susam, João Paulo Marques dos Santos, do ex-secretário executivo da Susam, Perseverando da Trindade Garcia Filho; do ex-gerente de compras da Susam, Alcineide Figueiredo Pinheiro; do dono da FJAP & Cia, que vendeu os respiradores à Susam,  Fábio José Antunes Passos; do empresário Cristiano da Silva Cordeiro, empresário, ex-implicado na Operação Saúva e que emprestou o dinheiro para a FJAP compras os equipamentos; Luciane Zuffo Vargas de Andrade, dona da empresa Sonoar, e  Renata de Cássia Dias Mansur Silva, sócia da Sonoar.

Veja a nota da PF sobre a operação.

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