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Desmatamento na Amazônia no 1º bimestre tem a menor taxa dos últimos 6 anos, aponta Imazon

Os estados com maior desmatamento no bioma foram Mato Grosso (32%), Roraima (30%) e Amazonas (16%), totalizando 152 km² de floresta destruída, representando 77% do total na região.

Destruição cresce 22,3% em 2022 (Foto: Tarcisio Schnaider/Getty Images)

A Amazônia Legal teve no primeiro bimestre de 2024 o menor índice de desmatamento em seis anos, segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgados nesta segunda-feira (18).

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 9 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão).

Já em relação aos estados que integram a Amazônia Legal, nos primeiros dois meses de 2024, os estados com maior desmatamento no bioma foram Mato Grosso (32%), Roraima (30%) e Amazonas (16%), totalizando 152 km² de floresta destruída, representando 77% do total na região.

Ainda segundo o Imazon, Mato Grosso viu seu desmatamento impulsionado pela expansão agropecuária, especialmente em municípios como Feliz Natal, Nova Maringá, Juína, Juara, Marcelândia e Canarana.

Já Roraima testemunhou avanços de desmatamento até dentro de terras indígenas, com oito territórios listados, incluindo Yanomami, Manoá-Pium e Raposa Serra do Sol.

No Amazonas, destaca-se a expansão do desmatamento em assentamentos, com municípios da região Sul sendo os mais afetados.

No ano passado, neste mesmo período (janeiro e fevereiro) foram derrubados 523 km² de floresta no bioma, área que equivale ao tamanho de Brasília.

Já em 2024, foram derrubados 196 km². Com isso, é possível dizer que o desmatamento no bioma teve a menor taxa dos últimos seis anos e uma diminuição de 63% quando comparado com o mesmo período do ano passado (veja no gráfico abaixo).

Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do instituto, que diferem da metodologia do Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Segundo o Imazon, os satélites usados são mais refinados que os dos sistemas do governo e são capazes de detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, enquanto os alertas do Inpe levam em conta áreas maiores que 3 hectares (entenda mais abaixo).

Embora a notícia seja positiva, o Imazon alerta para o fato de que o desmatamento no primeiro trimestre de 2024 ainda vem ultrapassando os níveis registrados nos mesmos meses entre 2008 e 2017, com exceção de 2015.

Durante esse período, a derrubada de florestas permaneceu abaixo de 150 km² em todos os anos, com base no monitoramento por imagens de satélite do instituto.

Para ilustrar a extensão do desmatamento na Amazônia nos meses de janeiro e fevereiro de 2024, pode-se observar que a área perdida de floresta supera os territórios de três capitais brasileiras: Vitória (97 km²), Natal (167 km²) e Aracaju (182 km²).

Esses dados mostram que ainda temos um grande desafio pela frente. Atingir a meta de desmatamento zero prometida para 2030 é extremamente necessário para combater as mudanças climáticas. Para isso, uma das prioridades do governo deve ser agilizar os processos em andamento de demarcação de terras indígenas e quilombolas e de criação de unidades de conservação, pois são esses os territórios que historicamente apresentam menor desmatamento na Amazônia, informa Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Imazon

O sistema do Imazon detecta áreas desmatadas em imagens de satélites de toda a Amazônia Legal.

Chamado de SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), o programa foi desenvolvido pelo Imazon em 2008, para reportar mensalmente o ritmo da degradação florestal e do desmatamento na região.

Segundo o Imazon, os satélites usados são mais refinados que os dos sistemas do governo e são capazes de detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, enquanto os alertas do Inpe levam em conta áreas maiores que 3 hectares.

O SAD utiliza atualmente os satélites Landsat 7 e 8, da NASA, e Sentinel 1A, 1B, 2A e 2B, da Agência Espacial Européia (ESA). Ambos são de domínio público, ou seja: seus dados podem ser usados por qualquer pessoa ou instituição.

Combinando esses satélites, o sistema é capaz de enxergar a mesma área a cada 5 a 8 dias. Por isso, o sistema prioriza a análise de imagens adquiridas na última semana de cada mês.

Desse modo, caso uma área tenha sido degradada no início do mês e, depois, desmatada no final do mês, ela pode ser identificada como desmatamento no dado final.

Assim como o Deter, do Inpe, o calendário de monitoramento do SAD começa em agosto de um ano e termina em julho do ano seguinte por causa da menor frequência de nuvens na Amazônia. Os sistemas também são semelhantes porque servem como um alerta, mas não representam um dado oficial de desmatamento.

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