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Economia

Mulheres foram as que mais perderam postos de trabalho durante a pandemia, aponta IBGE

Resultado é puxado pelos impactos nos setores como alimentação, cultura e educação, que têm força de trabalho majoritariamente feminina.

Uma pesquisa mostra que, no mercado de trabalho, as mulheres foram as principais prejudicadas pela pandemia de Covid-19. Entre 2019 e 2020, do total de 825,3 mil postos perdidos, cerca de 71% eram ocupados por pessoas do gênero feminino. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgado nesta quinta-feira (23), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Enquanto o número de homens ocupados assalariados caiu 0,9% de 2019 para 2020, o de mulheres diminuiu 2,9% no mesmo período. Essa redução na força de trabalho feminina é explicada, de acordo com o gerente da pesquisa, Thiego Ferreira, pelos setores impactados. Dos 20 analisados na pesquisa do Cempre, 13 tiveram queda de funcionárias. Três desses segmentos obtiveram redução de postos de trabalho de mulheres superior a 10%.

As atividades que historicamente empregam mais homens tiveram aumento de pessoal em 2020, enquanto aqueles que ocupam mais mulheres se retraíram. Foi o que aconteceu, por exemplo, na área de educação, composta majoritariamente por mulheres (66,9% do total), que perdeu 1,6% do pessoal.

O comércio, setor que concentra a maior parte das mulheres assalariadas (19%), teve queda de 2,5% no total de pessoas ocupadas. Mas entre as mulheres deste segmento, a queda foi maior: 3,2% contra 1,9% dos homens. Já na construção, setor em que 90,6% dos ocupados são homens, houve aumento de 4,3% no número de assalariados.

“As mulheres participaram de setores que tiveram queda. Então, por exemplo, educação, alojamento e alimentação são setores que, tradicionalmente, as mulheres têm uma participação maior. Na educação, quase 67% da força de trabalho é composta por mão de obra feminina, na alimentação é quase 56%. São setores que a gente pode perceber que sofreram impactos muito grandes com a pandemia e fizeram com que houvesse essa diferença de queda”, explica Ferreira.

Com isso, houve pela primeira vez, desde 2009, redução na participação feminina no pessoal ocupado assalariado, de 44,8% em 2019 para 44,3% em 2020, o menor nível desde 2016.

“Quando começa a nossa série histórica, em 2009, as mulheres representavam 41,9% de toda a ocupação de pessoas assalariadas. A cada ano, esse percentual foi aumentando de forma clara e consistente, de pouquinho em pouquinho. Em 2019 chegou no maior valor: 44,8%. E quando veio a pandemia, essa participação caiu, a gente voltou três anos”, pontua Thiego Ferreira, gerente das Estatísticas do Cempre.

As informações da CNN Brasil.

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