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Economia

Indicadores do Risco Brasil pioram e chegam a nível mais alto desde maio de 2020, aponta consultoria

Piora do indicador reflete combinação de ambientes doméstico e internacionais negativos.

Entre 2017 e 2022, valor mais alto do risco Brasil foi de 379 pontos. (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)

O chamado risco Brasil, que mede a capacidade do país pagar suas dívidas, retornou ao patamar dos 300 pontos na terça-feira (28) pela primeira vez desde os primeiros meses da pandemia de Covid-19, em 2020.

Os dados são da S&P Global Market Intelligence, que acompanha os contratos com prazo de cinco anos do chamado Credit Default Swap (CDS). Um CDS é uma espécie de seguro contra um calote de dívida. Se o número de contratos sobe, o risco país aumenta.

Segundo o levantamento da consultoria, o risco Brasil ultrapassou os 300 pontos pela última vez em 16 de março de 2020. À época, a elevada incerteza ao redor do mundo sobre os possíveis impactos da pandemia aumentaram os temores de calotes.

O indicador permaneceu acima dos 300 pontos por quase três meses, mas a partir de 25 de maio iniciou uma tendência de queda. O valor mais alto no período foi em 18 de março, com 379 pontos.

Entretanto, o risco Brasil iniciou um movimento de ascensão desde 30 de maio de 2022, que culminou com os 300 pontos atingidos na terça-feira.

O movimento ocorre em meio a uma combinação de cenários doméstico e externo desfavoráveis.

No exterior, os investidores apostam cada vez mais em uma forte desaceleração econômica global, e uma possível recessão, enquanto as grandes economias entram em ciclos de alta de juros para lidar com níveis recorde de inflação.

Há, ainda, incertezas quanto à guerra entre Ucrânia e Rússia, que impactou a economia mundial, e a pandemia, cujos efeitos têm sido sentidos especialmente na China, com o país tentando conter novos surtos às custas de um impacto negativo na atividade econômica.

Já internamente, o risco fiscal voltou ao radar dos investidores. O governo federal e o Congresso têm buscado aprovar medidas para aliviar a alta nos preços dos combustíveis e seus efeitos. O próprio aumento de gastos pode levar a um crescimento da dívida pública, e portanto aumenta a dificuldade em pagá-la.

Nesta quarta-feira (29), foi divulgado o parecer da chamada PEC dos Combustíveis, que envolve a alta no valor de programas sociais como o Auxílio Brasil e a criação de uma nova ajuda para caminhoneiros. A projeção é que o impacto nas contas seja de cerca de R$ 38 bilhões.

A combinação resulta em um cenário favorável para o dólar, que voltou nas últimas semanas a ultrapassar a casa dos R$ 5, mas ruim para economias emergentes, que podem enfrentar problemas econômicos em meio à retirada de investimentos estrangeiros. Com isso, o risco-país tende a subir.

A própria alta no risco tende a ser negativa para a imagem do Brasil junto aos investidores, já que a medida é tida como referência no mercado para determinar o quão seguros os investimentos no país são.

O contexto internacional tem estimulado uma aversão a riscos, que tende a prejudicar especialmente países vistos como mais arriscados.

A informação é da CNN Brasil.

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