Brasil
Amazonas é vice-campeão de “gatos” de energia, aponta relatório de 2024 da Aneel
Os “gatos” têm um impacto variado nas tarifas dos consumidores, dependendo da distribuidora de energia.

O Amazonas foi o Estado vice-campeão em perdas não técnicas de energia elétrica em 2024 — causadas principalmente por furtos, fraudes e falhas operacionais — que provocaram um prejuízo estimado de R$ 769,7 milhões ao setor elétrico, segundo relatório divulgado na última sexta-feira (13/06) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Apenas duas concessionárias, a Light (RJ), com 22%, e a Amazonas Energia (AM), com 12,1%, respondem juntas por 34,1% dessas perdas, que são conhecidas como “gatos”.
Com relação apenas às perdas não técnicas nas tarifas residenciais em 2024, o Amazonas é o campeão, com 12,9%.
Os “gatos” têm um impacto variado nas tarifas dos consumidores, dependendo da distribuidora de energia. Em 2023, os consumidores da Amazonas Energia foram os mais afetados, com um acréscimo significativo de 13,4% em suas contas de luz devido a furtos e fraudes.
As perdas não técnicas no Braisl provocaram um prejuízo estimado de R$ 10,3 bilhões ao setor elétrico em 2024, segundo a Aneel. No ano anterior, essas perdas totalizaram R$ 9,97 bilhões.
De acordo com o documento, as dez distribuidoras com maiores montantes de perdas não técnicas concentram 74% do total nacional. Os principais fatores que explicam essas perdas são ligações clandestinas, adulterações em medidores, desvios diretos da rede e falhas no processo de medição ou faturamento. Essas irregularidades ocorrem principalmente no mercado de baixa tensão, onde o controle é mais difícil.
A Aneel não aplica penalidades diretas quando as metas regulatórias de redução de perdas não são atingidas, mas limita o repasse desses valores às tarifas pagas pelos consumidores. Isso significa que a concessionária que não consegue controlar as perdas absorve parte do prejuízo, o que funciona como incentivo econômico para investir em medidas de combate.
Apesar disso, os consumidores regulares ainda acabam arcando com parte da conta, pois os níveis considerados “eficientes” de perdas são incorporados às tarifas. Em 2024, esse reconhecimento regulatório representou R$ 7,1 bilhões, o equivalente a 2,85% da receita requerida das distribuidoras e cerca de 9,2% da chamada “Parcela B”, que cobre os custos operacionais das empresas.
As perdas técnicas — aquelas que ocorrem naturalmente no transporte e transformação da energia, por limitações físicas da rede — também pesaram no orçamento: custaram aproximadamente R$ 11,2 bilhões no ano passado. Embora inevitáveis, elas são calculadas e reconhecidas pela ANEEL com base em padrões de eficiência.
O relatório destaca ainda que as concessionárias de grande porte, com mercado superior a 700 GWh, concentram quase a totalidade das perdas não técnicas no país, justamente pela dimensão do território atendido e maior complexidade das redes.
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