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Bancos globais buscam conter danos diante de escândalo sobre transferências suspeitas de mais de US$ 2 tri

HSBC, Standard Chartered, Barclays, Deutsche Bank, Commerzbank, JPMorgan Chase e Bank of New York Mellon estavam entre os bancos mencionados na reportagem do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

Bancos de todo o mundo enfrentam, nesta segunda-feira (21), um escândalo sobre dinheiro sujo, enquanto tentam limitar as consequências de uma série de documentos vazados que mostram que transferiram mais de US$ 2 trilhões em recursos suspeitos ao longo de quase duas décadas. As informações são da Reuters, com publicação pelo jornal O Estado de S.Paulo.

HSBC, Standard Chartered, Barclays, Deutsche Bank, Commerzbank, JPMorgan Chase e Bank of New York Mellon estavam entre os bancos mencionados na reportagem do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), feito com base em documentos vazados obtidos pelo site BuzzFeed News.

Segundo o consórcio, durante 16 meses, mais de 400 jornalistas de 110 veículos de imprensa de 88 países analisaram os documentos. O conjunto de relatórios vazados aponta para clientes de bancos em mais de 170 países envolvidos em potenciais transações ilegais. O ICIJ informou também que teve acesso a mais de 17 mil registros de denunciantes, arquivos judiciais, solicitações de liberdade de informação e outras fontes. A equipe de jornalistas entrevistou centenas de pessoas, incluindo especialistas em crimes financeiros, policiais e vítimas de crimes.

Para o ICIJ, os documentos “oferecem uma visão sem precedentes de um universo secreto de bancos internacionais, clientes anônimos e, em muitos casos, crimes financeiros”, que podem ter contribuído para a promoção da desigualdade social e uma série de atividades criminosas ao redor do mundo.

Embora alguns bancos tenham afirmado que muitas das transações ocorreram há muito tempo, e que desde então eles haviam implementado robustas medidas contra a lavagem de dinheiro, os investidores estavam claramente preocupados. As ações do HSBC e da StanChart atingiram seu nível mais baixo em 25 anos, embora tenham se saído um pouco pior do que seus pares em meio a uma queda mais ampla de ações globais.

As reportagens foram baseadas em 2.100 relatórios de atividades suspeitas (SARs, na sigla em inglês) vazados, cobrindo transações entre 1999 e 2017, protocolados por bancos e outras instituições financeiras junto à Rede de Execução de Crimes Financeiros (FinCen) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

Mas uma análise de 2.100 SARs obtida pelo BuzzFeed News, que trabalhou com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e outras organizações de mídia, descobriu que alguns relatórios foram feitos meses depois que as transações suspeitas ocorreram e que muitas vezes poucas outras medidas foram tomadas.

“Isso mostra que o gerenciamento do risco de crimes financeiros vai além da produção de SARs”, disse Etelka Bogardi, sócia de serviços financeiros da Norton Rose Fulbright em Hong Kong.

As ações do Deutsche Bank, que estava envolvido no maior número de SARs na reportagem do BuzzFeed, chegaram a cair mais de 8% na manhã desta segunda-feira. Papéis do JPMorgan e do Bank of New York Mellon, que também estavam entre os cinco bancos mencionados com mais frequência nos relatórios, caíam 2,6% e 2%, respectivamente.

Nos últimos anos, os bancos aumentaram os investimentos em tecnologia e em equipes para lidar com os requisitos regulatórios mais rígidos de combate à lavagem de dinheiro e sanções em todo o mundo. Milhares de clientes tiveram contas bancárias fechadas em grandes centros de riqueza, incluindo Hong Kong e Cingapura, após um escândalo de lavagem de dinheiro na Malásia, além do “Panama Papers” e um impulso global para a transparência tributária.

Especialistas em governança disseram que parte do problema agora era que os bancos estavam lutando para distinguir entre transações suspeitas e não suspeitas, então estavam simplesmente arquivando milhões de SARs que as agências de fiscalização não tinham capacidade para lidar.

“Muitos bancos estão lutando com altas taxas de falsos positivos e o acúmulo (de casos existentes). É por isso que você vê que às vezes os SARs surgem mais de 100 dias após a transação”, disse Cliff Lam, diretor da AlixPartners em Hong Kong.

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