Conecte-se conosco

Economia

Um quarto dos brasileiros nunca ouviu falar de hiperinflação, mostra pesquisa Ipesp

Para a maioria da população (79%) a inflação “deve ser uma preocupação permanente da sociedade e do governo”, segundo o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).

Pouco mais de um quarto dos brasileiros (27%) nunca ouviu falar no termo hiperinflação, mostra pesquisa do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), feita a pedido da Febraban.

A memória da hiperinflação, destaca o estudo, é difusa mesmo nas gerações contemporâneas ao Plano Real —programa que marcou a estabilidade da economia em 1994: dos 70% dos entrevistados que já ouviram falar do termo, 37% sabem o que quer dizer e 33% não lembram.

Mesmo depois de quase 30 anos do lançamento do Plano Real, no entanto, os brasileiros continuam considerando que ele foi um sucesso, mas a inflação ainda é um fantasma na memória da sociedade.

Para a maioria da população (79%) a inflação “deve ser uma preocupação permanente da sociedade e do governo”.

A pesquisa também mostra que 71% dos brasileiros pensam que o real “continua importante, pois lançou as bases para uma economia mais sólida e estável”. Aqueles que avaliam que “com a economia brasileira estável, a inflação deixou de ser uma preocupação prioritária” somam apenas 15%.

O objetivo do levantamento inédito era investigar o que pensam os brasileiros a respeito do Plano. O estudo revela que,00 para uma sociedade que conviveu com níveis altíssimos de inflação, em 2.477% no ano de 1993, o aumento dos preços ainda está na memória: 70% já ouviram falar em hiperinflação e 64% associam o termo ao passado, indicando que o Brasil já viveu, mas não vive mais, essa realidade.

Mesmo com a economia estabilizada, quase metade dos brasileiros (47%) avalia que o Brasil vive atualmente uma inflação alta ou muito alta. Porém, quando perguntados sobre qual a taxa acumulada da inflação em 2023, um terço dos entrevistados (34%) acha que ela é maior do que efetivamente é. Um quarto (26%) apenas indica um número entre “3% e 5%”.

“A notícia boa desse levantamento é que, felizmente, o brasileiro compreendeu a importância de combater a inflação e manter os preços estáveis”, diz Isaac Sidney, presidente da Febraban, que alerta: “Mas a inflação é um gato de sete vidas: ela precisa ser controlada, pois volta quando baixamos a guarda.”

Sobre a confiança dos brasileiros na moeda nacional, mais da metade (55%) avalia que o Real está muito desvalorizado ou desvalorizado em relação ao euro e ao dólar.

Outro ponto importante que os números da pesquisa mostram é sobre a importância dos planos econômicos para o país. Nesse quesito, o Plano Real e o Bolsa Família são vistos como as duas principais marcas da economia brasileira na Nova República.

Confira a lista dos doze programas ou ações reconhecidas por especialistas como relevantes para o desenvolvimento econômico e social do país:

26% – Bolsa Família
23% – Plano Real
15% – Abertura da economia para o comércio internacional
9% – Auxílio Emergencial
5% – Entrada do Brasil no BRICS
3% – Lei de Responsabilidade Fiscal
3% – Descoberta do Pré-Sal
2% – Reforma Trabalhista
2% – Reforma da Previdência
2% – Reforma Tributária
2% – Programa de Aceleração do Crescimento, PAC
1% – Programa de privatização das telecomunicações, energia e siderurgia
1% – Nenhum
6% – NS/NR

De acordo com essa lista, a estabilidade da moeda juntamente com as políticas sociais são mais valorizadas e apontadas como relevantes alavancas do nosso desenvolvimento.

A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 9 de dezembro de 2023, com 3 mil pessoas nas cinco regiões do país.

Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

sete + nove =