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Economia

Endividamento é o menor desde o início de 2022 no Brasil, mas ainda atinge 76% das famílias, diz pesquisa

Cartão de crédito continua sendo ativo financeiro com maior número de devedores, atingindo 87% dos grupos familiares.

O percentual de famílias brasileiras que afirmam ter dívidas a vencer caiu em outubro, pelo quarto mês consecutivo, chegando ao menor nível desde fevereiro de 2022. Ainda assim, elas são 76,9% das famílias do país, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC). O levantamento considera dívidas com cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

— No cenário econômico em evolução, o controle da inflação e o mercado de trabalho favorável têm melhorado a renda das famílias brasileiras, levando menos consumidores a buscar o crédito — afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros: — No entanto, a gestão eficaz das dívidas e a redução da inadimplência continuam sendo desafios importantes a serem enfrentados no futuro próximo.

Segundo a pesquisa, a situação melhorou principalmente para famílias de baixa renda e renda média baixa, puxando os dados gerais. O risco da inadimplência para a população brasileira diminuiu em relação ao mesmo período do ano anterior, e menos pessoas atrasaram o pagamento de suas dívidas em outubro deste ano. Isso aconteceu com 29,7% do total de famílias, ante 30,2% em setembro deste ano e 30,3% em outubro de 2022.

— As condições de consumo estão mais favoráveis, com a inflação mais baixa, mercado de trabalho formal absorvendo trabalhadores de menor instrução e juros em processo de queda. Esses fatores estão ajudando a melhorar as condições financeiras dos lares, reduzindo a necessidade de recorrer ao crédito — diz a economista da CNC Izis Ferreira: — As políticas de transferência de renda, como a valorização do Bolsa Família e os saques alternativos do FGTS, têm contribuído para aumentar a renda disponível e reduzir o número de consumidores endividados.

Entre famílias com renda média entre 5 e 10 salários mínimos (de R$ 6.600 a R$ 13.200), no entanto, a inadimplência cresceu.

O volume de consumidores que relatam não ter condições de pagar dívidas atrasadas referentes a meses anteriores segue estável e elevado: 13% das famílias. E quase a metade (48,5%) dos consumidores com atrasos ainda tem dívidas atrasadas por mais de 90 dias, uma proporção que continua crescendo.

Cartão de crédito é maior fonte de problema

Grupos menores de homens e mulheres estão endividados. Mas elas ainda enfrentam mais dificuldades para pagar dívidas de meses anteriores. Entre as mulheres, 78,41 estão endividadas (eram 81,7%, em outubro 2022). Entre os homens, o endividamento caiu de 77,2% para 75,5% em um ano.

O cartão de crédito segue como a principal fonte de endividamento entre as famílias brasileiras na pesquisa, representando 87% do total de devedores. Entre os consumidores de rendas média e baixa, o endividamento no cartão de crédito avançou um ponto percentual na comparação anual, chegando a 86,9% do total no grupo. E 0,4 p.p. entre a alta renda , atingindo 88% do total. O volume de endividados no cartão também avançou nas duas faixas de renda na comparação mensal.

O crédito pessoal, o consignado e dívidas fora do sistema financeiro tradicional avançaram, enquanto outras modalidades perderam representatividade na carteira dos consumidores.

As informações são do site Extra.

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