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Brasil

Vice-presidente contesta Bolsonaro e diz que o desmatamento na Amazônia é real

Há dois dias, durante a viagem a Dubai, Bolsonaro disse que a Amazônia não pega fogo por ser úmida e que está preservada “exatamente igual a quando o Brasil foi descoberto”.

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) declarou hoje, em entrevista exclusiva ao UOL, considerar que o desmatamento na Amazônia é real, posicionamento que vai no sentido contrário ao do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Há dois dias, durante a viagem a Dubai, Bolsonaro disse que a Amazônia não pega fogo por ser úmida e que está preservada “exatamente igual a quando o Brasil foi descoberto”.

Para Mourão, “o desmatamento é muito claro”. “Os dados que são divulgados pelo Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais] mensalmente por meio do sistema Deter, eles não deixam dúvida. Assim como teve um aumento em outubro, em agosto foi 33% menor. Você tem que analisar o ciclo, né. Então muitas vezes a imprensa dá o foco, nesse mês foi o pior, mas ninguém falou que agosto foi o melhor”, disse.

“Comparando 1o de janeiro do ano passado com 31 de outubro do ano passado e 1o de janeiro desse ano com 31 de outubro desse ano, nós estamos ligeiramente abaixo em relação ao ano passado. E agora é um período que há uma redução normal do desmatamento porque entramos em pleno período de chuva, né. Nós vamos terminar esse ano em uma faixa de talvez 10% abaixo do que foi o desmatamento no ano passado. Nada a comemorar. Porque estamos com uma faixa aí de 8.000 a 8.500 quilômetros quadrados por ano sendo desmatados”, disse o vice-presidente.

Mourão afirmou, ainda, que que o “o combate ao desmatamento passa por várias ações” e que apenas ações de fiscalização e repressão a ilícitos ambientais não são suficientes.

“A ação que aparece mais é a fiscalização, pela ação de comando e controle, vamos fazer a repressão. Mas só isso não basta. Você precisa acertar a questão da regularização fundiária. Temos ainda problemas herdados de tempos atrás, onde terras indígenas e unidades de conservação foram demarcadas com gente no local já. E ninguém retirou essas pessoas de lá. É uma questão social, essas pessoas estão lá. E continuam a desmatar. Obviamente, porque tem que ganhar sua vida”, disse.

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