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Brasil

Pesquisadores alertam para exposição de crianças ao covid-19 após flexibilização de máscaras

Pesquisadores reforçam que crianças de 0 a 11 anos ainda não podem ser vacinados no Brasil. Além disso, apenas 70% dos adolescentes receberam pelo menos uma dose da vacina.

Infectologista alerta que é necessário manter a exigência de máscaras nas escolas. (Foto: PMJ/Reprodução)

Em um momento em que pelo menos 12 estados do Brasil já retomaram as aulas integralmente presenciais, pesquisadores da Rede de Pesquisa Solidária alertam que a flexibilização de máscaras pode resultar no aumento da exposição de cerca de 17% dos brasileiros que não tiveram acesso à vacina contra a covid-19 e estão em idade escolar.

Esse grupo é composto por crianças de 0 a 11 anos que não podem ser vacinados no Brasil, e por jovens entre 12 e 17 anos que ainda não compareceram aos postos para tomar nenhuma dose do imunizante. O levantamento da organização mostra que apenas 70% dos adolescentes receberam pelo menos uma dose da vacina.

Para o diretor da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, o retorno presencial de crianças e adolescentes às salas de aula deve acontecer pautado na baixa taxa de transmissão da doença, e com todas as medidas de segurança contra a Covid-19.

“A vacinação não é critério. A gente já incentivava a volta às aulas, com cuidados, máscaras, distanciamento, antes do início da vacinação. Agora, a suspensão do uso de máscaras eu acho completamente inadequado, independentemente do risco de transmissão, tirar máscaras deve ser a última flexibilização.”, explica.

Ainda de acordo com Kfouri, a desobrigação do uso de proteção facial é uma medida inoportuna, que expõe desnecessariamente as pessoas nessa faixa etária.

“As hospitalizações e casos graves se concentram em não vacinados. E as crianças vão representar, consequentemente, essa maior parcela de casos graves e internados, por não terem sido imunizadas.”, enfatiza Kfouri.

O infectologista e membro do Comitê Científico da cidade do Rio de Janeiro, Alberto Chebabo, alerta que, mesmo com a flexibilização do uso de proteção facial, é necessário manter a exigência nas escolas.

“O vírus vai se adaptar para infectar os suscetíveis, e eles são quem não receberam vacina ainda. Por isso que imunizar essas crianças é prioridade máxima, e manter as máscaras dentro das escolas, mesmo liberando em outros espaços fechados, também é importante.”, afirma Alberto Chebabo.

No país, crianças e adolescentes representam cerca de 0,40% do total de mortes por coronavírus. Entretanto, de acordo com o diretor da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, essas mortes são duas vezes maiores do que todas as causadas por doenças preveníveis por vacinação registradas em um ano no Brasil.

O Rio de Janeiro é a primeira capital a desobrigar o uso de máscaras em locais abertos. A medida já começa a valer nesta quinta-feira (28).

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