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Desmatamento na Amazônia indica perda de controle, diz presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental

À CNN Rádio, Carlos Bocuhy afirmou que só haverá correção de rumos com aumento da fiscalização para coibir a criminalidade.

Aumento de queimadas ilegais e desmatamento na Amazônia são citadas pelo STF. (Foto: Reprodução)

O novo recorde de alertas de desmatamento na Amazônia Legal registrado neste primeiro trimestre de 2022 é “preocupante”, segundo a avaliação de Carlos Bocuhy, que é o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam). Em entrevista à CNN Rádio, ele criticou o “processo contínuo de degradação ambiental”, que já vem de anos, e a falta de políticas públicas para reverter a situação.

Segundo o especialista, há três fatores acontecendo ao mesmo tempo que favorecem o desmatamento: “alteração do sistema normativo que retirou a incidência das multas para coibir crime ambiental, o segundo é o depauperamento do sistema de fiscalização do Ibama e o não funcionamento do Conselho Nacional da Amazônia Legal, que hoje é constituído por representantes dos ministérios, sem envolver estados e municípios.”

Este quadro faz com que as “condições para contenção da criminalidade venham piorando, isso significa que temos incidência maior de desmatamento e batendo recordes e pior, é uma situação de limite da destruição pelo chamado ‘tipping point’, ou ponto do não-retorno.”

O crescimento de 64,19% do desmatamento neste trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com Bocuhy, “demonstra que estamos numa situação de perda de controle, de grilagem, num processo de desmatamento para agricultura e mineração.” Para que haja correção do rumo, Bocuhy é categórico: é preciso fiscalização.

“É necessário ter as pessoas no momento ou antes que o crime aconteça, depende também de estados e municípios, que propõem plano de ação emergencial para contenção da criminalidade, mas o governo federal tem sido omisso para implementar mecanismos de controle contra o desmatamento.”

Carlos Bocuhy fez um alerta de que “o ritmo de devastação na Amazônia não pode continuar sem consequências para o ecossistema.”

Ele cita que a floresta pode perder a sua capacidade de absorver o carbono, e que ela pode entrar na “fase de falência”: “Ela perde a capacidade de ter vida, é grande a urgência.” Essa ultrapassagem do ponto de não-retorno significaria “perda de vida em todo o continente, seria um desastre.”

Mourão

O vice-presidente da República afirmou que a tendência é de uma “melhora significativa” na situação. “Agora vai melhorar porque muita gente foi presa, muito equipamento foi destruído, muito equipamento confiscado, teve embargo. Várias medidas foram tomadas. Então acredito que esse segundo trimestre nós vamos ter uma melhora significativa”, disse Hamilton Mourão.

“Janeiro e fevereiro foram muito ruins apesar de todas as operações que a Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança, o Ibama e o ICMBio realizaram. Mas foi um período ruim”, completou. O primeiro trimestre de 2022 observou um desmatamento de 941,3 quilômetros quadrados.

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