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Amazonas

Senador cobra da CPI da Pandemia convocação de ex-secretário executivo que tratou da compra de respiradores com Wilson Lima

O ex-secretário executivo de Saúde do Amazonas João Paulo Marques disse à coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, e depois negou, que o governador Wilson Lima  foi o responsável pela crise de abastecimento de oxigênio.

O senador Marcos Rogério (DEM/RO) cobrou  da direção da CPI da Pandemia, no Senado, o depoimento do ex-secretário executivo de Saúde do Amazonas, João Paulo Marques, flagrado no WathsApp tratando, com o governador Wilson Lima (PSC), da compra de respiradores para pacientes de Covid-19 de uma loja de vinhos, denunciada como superfatura pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Marcos Rogério lembrou que apresentou um requerimento, aprovado pela CPI no Senado no dia 5 de maio, para convocar João Paulo Marques, agora considerado uma espécie de “bomba” que pode esclarecer a participação do governador a compra dos respiradores, que sequer serviam para os pacientes em estado mais grave da doença, em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).

A PGR compilou quebras de sigilos telefônicos e apresentou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) conversas de Wilson Lima tratando da compra dos respiradores, com objetivo de justificar o processo de compra ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Conforme a PGR, no dia 24 de abril de 2020, Wilson Lima e João Marques conversam a respeito do processo dos ventiladores. Para a procuradoria, na conversa há indícios de que o processo estava sendo montado no dia 24/04/2020, 16 dias após o pagamento à importadora FJAP (08/04/2020), a loja de vinhos que vendeu os respiradores.

Marques disse à coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, e depois negou, que o governador Wilson Lima  foi o responsável pela crise de abastecimento de oxigênio em Manaus. E que havia um escândalo de corrupção nas contratações de câmaras frigoríficas para armazenar os corpos de vítimas de Covid-19 no Amazonas.

Na avaliação de Marcos Rogério, o depoimento não ocorreu até o momento em razão única exclusiva dos dirigentes da CPI da Pandemia. Ele lembra que um dos focos da CPI era investigar o colapso na rede de saúde pública do Amazonas com a falta de oxigênio entre outros crimes. ““Eu acho que o depoimento dele é importante como foi importante também o depoimento do ex-secretário de Saúde (Marcellus Campelo) e como seria ainda mais importante o depoimento do governador do estado do Amazonas (Wilson Lima) face a tudo que aconteceu. O que eu vejo é que há um esforço muito grande por parte dos membros que dirigem a CPI para impedir a investigação quanto aos estados e municípios”, declarou.

O senador também que, até o momento, as investigações da CPI no âmbito do que ocorreu no Amazonas foi um “faz de conta”. “O que aconteceu no Amazonas foi um fato assim lamentável e criminoso. Expôs a população amazonense, houve muitas mortes, e aí uma investigação meio que ‘fanta’, faz de conta. Trouxeram aqui o ex-secretário, o deputado que foi o relator da CPI da Assembleia, fizeram um barulho, mas investigação para valer, de verdade, não aconteceu”, afirmou.

Instalada no 27 de abril com o prazo de três meses, a comissão do Senado foi prorrogada em julho por mais três meses. Seu presidente, o senador Omar Aziz (PSD/AM) disse que a Comissão “está próxima do fim”, que “já tem dados suficientes para fazer um relatório final” e que “não tem mais nada ou quase nada a investigar”. “A CPI tem que fazer o relatório e acabar. Hoje, o momento é de elaborar o relatório final. A CPI já avançou e mostrou muitas coisas que o Brasil não sabia sobre o descaso no combate à pandemia”, declarou Omar à jornalista Bela Megale.

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