Amazonas
‘Quem paga?’: protesto escreve pergunta gigante em banco de areia no Rio Solimões
Greenpeace diz que comunidades vulneráveis estão pagando pelas consequências das mudanças climáticas na Amazônia, como os povos indígenas e os pescadores.
Uma equipe de ativistas ambientais do Greenpeace Brasil instalou na última sexta-feira (20/09) uma enorme mensagem num banco de areia que surgiu no meio de um dos principais rios da bacia amazônica, o Rio Solimões, em Manacapuru, no Amazonas, que está sofrendo com a pior seca já registrada.
“Quem paga?”, lia-se do alto nas letras feitas de tecido, referindo-se aos danos ambientais causados à Amazônia por mudanças climáticas e aquecimento global – algo que a organização afirma ser consequência direta do uso contínuo de combustíveis fósseis.
A seca reduziu o nível da água do Rio Solimões a níveis sem precedentes, expondo o leito do rio em frente à cidade de Manacapuru, um pouco rio acima da capital Manaus, onde se junta ao Rio Negro para formar o poderoso Amazonas.
É o segundo ano consecutivo de seca crítica que tem deixado marcas na floresta tropical, alimentando grandes incêndios florestais e deixando comunidades ribeirinhas isoladas por falta de transporte, pois os rios se tornaram muito rasos para a passagem de barcos.
“Queremos enviar uma mensagem de que as mudanças climáticas já estão afetando até mesmo a maior floresta tropical do mundo e secando seus rios”, disse o porta-voz do Greenpeace Brasil, Romulo Batista.
Ele acrescentou que comunidades vulneráveis estão pagando pelas consequências das mudanças climáticas na Amazônia, como os povos indígenas, os pescadores e outros moradores cujas casas flutuantes se encontram encalhadas em rios que estão secando.
“São as pessoas que vivem fora das cidades da Amazônia que estão pagando o maior preço por esse evento climático extremo causado pelas indústrias de petróleo e gás ao redor do mundo”, disse Batista.
A seca aumentou a temperatura da água nos rios e lagos, matando peixes e colocando botos em perigo.
Na quarta-feira (18), no banco de areia do rio Solimões, a água foi medida a 40° C, uma temperatura insuportável para os peixes e os botos. Peixes morrendo e esqueletos de peixes foram encontrados no banco de areia.
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