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Amazonas

OMS: “implosão” em Manaus é resultado da ausência de distanciamento social

Além da Região Norte, ele destaca que outras regiões do Brasil também estão vivendo duras crises.

Mike Ryan, diretor de operações da OMS, alerta que “todo o sistema (de saúde) começa a implodir” em Manaus e aponta que a crise não se limita ao Amazonas, mas é identificada no Amapá e Rondônia. Para ele, foi a falta de distanciamento social e exaustão do sistema hospitalar que gerou o colapso. A informação é do jornalista Jamil Chade, no UOL.

Ryan, numa coletiva de imprensa nesta sexta-feira, deixou claro que o Brasil entra “em uma fase muito difícil”. Segundo ele, equipes da OMS estão na capital do Amazonas e estudam formas de ajudar, inclusive com apoio internacional.

“A situação se deteriorou de forma significativa”, disse. Segundo ele, a ocupação de UTIs em Manaus é de 100% nas últimas duas semanas. “Mas não é a única área. Tivemos grandes problemas em Rondônia e Amapá”, afirmou.

Além da Região Norte, ele destaca que outras regiões do Brasil também estão vivendo duras crises.

Ryan acredita que, em parte, o que se vê é o resultado do maior contato entre pessoas com as festas de final de ano.

Segundo ele, a hospitalização sob e desde meados de dezembro.

No caso específico de Manaus, ele alerta que existe um risco real de que a onda de contaminação e morte seja superior ao que ocorreu em abril. “400 pessoas estão esperando para ser hospitalizados”, disse.

Mas não é apenas a questão do oxigênio que preocupa. Segundo ele, funcionários do setor usado para rastrear casos e de laboratórios também estão sendo contaminados pelo vírus. Ryan destaca que isso significa a “implosão” do sistema e destaca que existe um atraso de sete mil testes para serem realizados de pessoas que aguardam para saber se estão contaminadas.

Para ele, não se deve culpar uma possível variante do vírus. “É fácil dizer que a culpa é do vírus”, disse. Na OMS, a percepção é de que a falta de distanciamento social teve um papel maior, assim como a fadiga.

“Temos de aceitar nossa parte da responsabilidade, como comunidade ou governo. O Brasil está entrando em fase muito difícil”, admitiu.

Mariângela Simão, vice-diretora da OMS, alertou ainda que Manaus deve “servir de lição para muitos países”. “A pandemia não acabou. Não podemos baixar a guarda”, disse. Segundo ela, houve um “enorme colapso” da estrutura sanitária da cidade e que tal cenário já tinha sido identificado em países ricos.

Mas ela lembra que Manaus criou uma estrutura de emergência, na primeira onda da crise. “Mas por um falso sentimento de segurança isso foi abandonado. Esse é um alerta a todos para não abandonar. Se criou uma estrutura de emergência, não feche”, insistiu

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