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Amazonas

“O oxigênio enviado pelo governo federal não é suficiente”, diz governador do Amazonas em entrevista

“A gente recebeu uma carga ontem com seis isotanques, tinha 5 mil metros cúbicos de oxigênio. Nossa necessidade hoje é de 75 mil metros cúbicos”, disse Wilson Lima

O site O Antagonista entrevistou o governador do Amazonas, Wilson Lima, sobre o colapso do sistema de saúde no estado por causa da escassez de oxigênio. Ele explicou que precisa de 75 mil metros cúbicos de oxigênio e que a ajuda enviada pelo Ministério da Saúde, embora importante, não é suficiente.

“A gente recebeu uma carga ontem com seis isotanques, tinha 5 mil metros cúbicos de oxigênio. Nossa necessidade hoje é de 75 mil metros cúbicos.”

O governador disse também que foi surpreendido ontem à noite com o esgotamento do fornecimento do produto nos hospitais do estado, feito pela White Martins, que, segundo ele, domina 90% do mercado amazonense.

“Na última quinta-feira, recebi a informação da empresa, que fornece oxigênio para nossa rede hospitalar, de que a gente pudesse vir a ter problemas. Aí começamos a nos movimentar no sentido de trazer oxigênio de outras regiões do país. Ontem, tivemos uma reunião e a empresa garantiu que teria condições de fornecer hoje e amanhã, mas, no final da noite, já disse que não teria mais condições.”

Lima contou que a equipe de Pazuello acompanhou toda a situação. Diante da emergência, combinou-se a transferência dos pacientes em estado moderado.

“Aí começamos um plano de transferência de pacientes para outras capitais. A primeira capital é Goiânia. O governo federal já alinhou com outros governadores a transferência desses pacientes.”

Questionado sobre o impacto da decisão de reabrir o comércio e as atividades sociais no fim do ano, após protestos da população, o governador do Amazonas alegou que as medidas de restrição “tiveram efeito contrário”, por isso decidiu reabrir. Mas os números de ocorrências continuaram subindo.

“Desde sempre, a gente entende o caminho da restrição. Eu fiz um primeiro decreto restringindo as atividades, mas tivemos um efeito contrário, uma convulsão social, as pessoas indo para as ruas. Eu reuni os órgãos de controle, o comércio, a indústria, para a gente encontrar um caminho de consenso. Mas os números foram subindo.”

Para Wilson Lima, que hoje decretou toque de recolher no Amazonas entre 19h e 6h, o estado vive a tempestade perfeita.

“Historicamente, o Amazonas tem um agravamento das síndromes respiratórias neste período de inverno amazônico e temos evidências da circulação de uma nova variante do coronavírus, com uma transmissibilidade maior. E os profissionais da Fiocruz confirmaram também a reinfecção. Não contávamos com isso.”

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