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Amazonas

Governo Federal pede que outros Estados recebam 750 pacientes de Covid-19 de Manaus

Segundo o secretário de Atenção Especializada em Saúde do Ministério da Saúde, coronel Franco Duarte, os pacientes transferidos têm estado clínico considerado moderado.

O Ministério da Saúde pediu a governadores de sete estados que recebam 750 pacientes de Manaus, a serem transportados pela Força Aérea Brasileira, informou nesta quinta-feira a Folha de S. Paulo. O primeiro a receber pacientes do Amazonas será Goiás, com dois hospitais: o HUGO (Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz) e o HGG (Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi). Depois, será a vez de Piauí, Maranhão, Paraíba e Rio Grande do Norte, além do Distrito Federal — mais especificamente, Brasília.

Segundo o secretário de Atenção Especializada em Saúde do Ministério da Saúde, coronel Franco Duarte, os pacientes transferidos têm estado clínico considerado moderado. Eles ainda dependem de oxigênio, mas podem ser aerotransportados com “toda segurança”.

“O paciente do Amazonas que subir na aeronave terá toda a segurança e assistência, com cobertura de assistentes psicossociais, para que não haja falha nenhuma. Todos [os profissionais] voltados para o paciente, para que ele chegue no destino com toda segurança e acolhimento que nosso doente tem que ter”, explicou o secretário durante coletiva.

Franco Duarte ainda afirmou que a escolha pelos destinos foi feita com base em estudos, feitos “madrugada adentro”, de maneira a prestar assistência aos pacientes do Amazonas sem sobrecarregar o sistema de saúde de outros estados. A decisão, segundo ele, teve critérios “clínicos e objetivos”.

A bordo do avião, ainda de acordo com o secretário, estarão duas equipes formadas por médicos e enfermeiros, com 20 profissionais. A escolta dos pacientes será feita pelo Ministério da Defesa, e o retorno ao Amazonas deve ser feito em aeronaves da Gol.

Os primeiros 235

Os governos do Amazonas e Federal lançaram, nesta quinta-feira (14/01), um Plano de Cooperação, com o apoio de outros cinco estados brasileiros, para o transporte aéreo e tratamento, num primeiro momento, de 235 pacientes acometidos pela Covid-19 em Manaus, cujos quadros clínicos são considerados moderados. A medida, anunciada pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, em pronunciamento à frente do Comitê de Resposta Rápida nas redes oficiais do Governo do Estado, foi tomada com base na escassez de oxigênio para suprir a demanda gerada com o aumento de hospitalizações decorrentes da pandemia na rede pública estadual de saúde.

“Estamos no momento mais crítico da pandemia. Algo sem precedentes no estado do Amazonas, em que enfrentamos muitas dificuldades em conseguir insumos. A principal dificuldade atualmente tem sido a aquisição de oxigênio”, destacou o governador do Amazonas, Wilson Lima, durante o pronunciamento, que teve ainda a presença do secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde (MS), coronel Luiz Otávio Franco Duarte, e do secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, entre outros representantes de órgãos estaduais.

Cem pacientes serão transferidos para hospitais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), no Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal, além de mais 100 para a rede estadual de saúde de Goiás.

O secretário de Estado da Saúde, Marcellus Campêlo, destacou que, na noite da última quarta-feira (13/01), a empresa fornecedora da maior parte dos gases medicinais à rede pública estadual oficializou “dificuldades em relação à execução do plano logístico para a entrega de insumos e a alta demanda que vinha ocorrendo” na rede pública de saúde. O Governo do Amazonas executa, hoje, a fase 5 do Plano de Contingência que visa frear a pandemia no estado.

Diante disso, uma estratégia foi desenvolvida para a transferência dos pacientes. “Os governos e as Forças Armadas começaram a trabalhar para o apoio logístico e a entrega de oxigênio. Mas, tivemos um pico e um aumento da demanda acima do esperado”, explicou. O aumento expressivo ocorreu entre os dias 1º e 12 deste mês.

De acordo com o secretário, entre os meses de março e maio, houve um consumo máximo 30 mil metros cúbicos/mês. Hoje, são mais de 76 mil, um acréscimo de 160%.

Marcellus explicou que a falta do insumo também prejudicará a abertura de leitos já prontos para serem habilitados em unidades como o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e no Hospital Nilton Lins, cuja estrutura está pronta para entrar em funcionamento. “Não conseguiram ativar leitos em virtude da contingência de oxigênio, que ocorre sem precedentes (no estado). É necessário que a população compreenda e apoie (as medidas)”, frisou.