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Amazonas

Cientistas ingleses usam exemplo de Manaus para manter escolas fechadas, informa site

Cientistas de medicina tropical da Inglaterra não recomendam reabrir escolas mesmo com a pandemia controlada como ocorreu em Manaus.

Publicações científicas na Inglaterra estão usando o exemplo da abertura das escolas estaduais em Manaus para pressionarem seu governo a não autorizar a abertura dos estabelecimentos de ensino naquele país. Numa live do economista Eduardo Moreira, nesta quinta-feira, dia 3, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis dise que a não abertura das escolas em plena pandemia tem o respaldo da Escola de Medicina Tropical da Inglaterra, uma das mais renomadas no planeta. As informações são do site BNC Amazonas.

Miguel Nicolelis, que coordena o comitê científico do consórcio do Nordeste de combate à covid-19, lembrou que ao se abrir as escolas em Manaus 32% dos professores de 55 estabelecimentos de ensino médio foram infectados. “São pouco mais de mil professores”, calculou.

“O exemplo de Manaus é descrito por publicações inglesas mais próximo de um experimento não declarado de ver como a dinâmica do vírus evolui por si mesma, sem muita coisa acontecendo”, afirmou.

“As escolas não têm (como garantir) higiene, não tem roupa de proteção para professores e não tem como rastrear contatos de alunos, professores e funcionários. Sem isso, não pode abrir escolas”, disse Nicolelis.

O cientista argumentou que, entre as diversas fragilidades que pandemia expôs sobre o desenvolvimento econômico desde a revolução industrial, do modelo de sociedade, e da globalização, está o papel da escola.

“Uma das mazelas que estão sendo expostas escancaradas é que as escolas em países como Brasil têm que cumprir funções outras que não necessariamente deveriam ser supridas pelas escolas”, disse.

E prosseguiu: “E quando as escolas fecham elas desencadeiam uma crise social, de saúde mental e nutricional das nossas crianças, isso é incrível. Aí a gente fica nesse dilema entre abrir a escola no meio de uma pandemia”.

Na avaliação dele, o problema brasileiro é múltiplo. “É difícil dizer isso, mas a sociedade brasileira parece que prefere o hedonismo (corrente filosófica que tem o prazer como bem supremo) a sobrevivência. O hedonismo fala muito mais alto no Brasil como ir à praia no domingo, fazer o aniversário do pai e da mãe. Parece que isso é mais relevante e fundamental do que pôr essas pessoas em risco de morte”, lamentou.

Professores

Em dez dias de testagem em massa, 619 profissionais de educação do Amazonas testaram positivo para a Covid-19. O governo anunciou os testes após o retorno das aulas presenciais na rede estadual, que ocorrem desde o 10 de agosto de forma híbrida e com apenas 50% da capacidade de alunos nas salas.

Os dados divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde,no último dia 31, são dos 2.051 testes rápidos aplicados entre os dias 18 e 28 de agosto. Deste total, 96% dos resultados apontaram para casos negativos ou foram do período de transmissão da doença.

Todos os 619 profissionais que testaram positivo foram afastados das escolas para período de isolamento de 14 dias – 476 estavam fora do período de transmissão e 153 com infecção recente. O número de testes negativos foi de 1.561.

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