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Amazonas

Cientista afirma que 380 mil manauenses ainda não tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19

Jesem Orellana aponta também que 40,1% de indivíduos cujas idades são de 50 a 59 anos ainda estão sem a segunda dose do imunizante

A vacinação iniciou em Manaus no dia 18 de janeiro de 2021

O epidemiologista da Fiocruz Amazônia Jesem Orellana disse que Manaus está longe de coberturas vacinais satisfatórias em público menor de 60 anos de idade.  Segundo Jesem Orellana, quase oito meses depois do início da vacinação contra a Covid-19, aproximadamente 380 mil manauenses com faixa etária de 12 a 59 anos sequer tomaram a primeira dose (Figura 1) da vacina. Jesem, em análise divulgada nesta quarta-feira (14/08), com informações do Ministério da Saúde, destacou que o dado leva em consideração até os “mutirões de vacinação” os quais ele classifica como “claro viés populista por parte do governo estadual e prefeitura”.

“Ademais, em torno de 1,2 milhão estão sem a segunda dose (Figura 2), boa parte atrasados. É extremamente preocupante notar que em torno de 3 de cada dez (30%) manauaras com idades entre 12 e 29 anos ou ainda 1 de cada 4 (25%) manauaras com idades de 30 a 39 anos não tenham tomado a 1ª dose. Muitos destas faixas etárias abandonaram o uso de máscaras e aglomeram cada vez mais em festas/restaurantes/bares e outros ambientes fechados, além de circularem intensamente no transporte coletivo”, analisou o cientista.

O epidemiologista Jesem Orellana aponta também que 40,1% de indivíduos cujas idades são de 50 a 59 anos ainda estão sem a segunda dose do imunizante contra a Covid-19. “Já que a primeira dose foi ofertada há mais de 12 semanas para indivíduos com 50-53 anos em Manaus, além de a segunda dose ter sido adiantada para muitos”, comentou.

Para o cientista da Fiocruz Amazônia, as autoridades em saúde deveriam liberar a vacinação para os que ainda não foram imunizados em Manaus. “Em termos de saúde pública e pensando em efeitos diretos e indiretos da vacinação, mais importante do que a terceira dose em idosos, seria criar mecanismos para viabilizar a primeira dose em quem não tomou a vacina e/ou a segunda naqueles que estão com o esquema incompleto. Impressiona como o Brasil, em especial Manaus, a capital mundial da Covid-19, cria oportunidades ameaçadoras e letais para novas mutações do SARS-COV-2”, alertou Jesem Orellana.

Segundo o “Vacinômetro” da Prefeitura de Manaus, até o início da tarde desta terça-feira (14) foram aplicadas 2.207.028de doses, sendo 1.501.290 da primeira dose, 680.696 da segunda dose e 25.041 doses únicas.