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Economia

José Mauro Coelho é eleito presidente da Petrobras, no lugar do general Joaquim Silva e Luna

Coelho ocupou a presidência do Conselho de Administração da PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A), estatal criada em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff, para atuar na área do pré-sal.

José Mauro Coelho, novo presidente Petrobras. (Foto Jefferson Rudy Agência Senado)

Indicado por Jair Bolsonaro (PL), José Mauro Ferreira Coelho foi eleito hoje o novo presidente da Petrobras. O nome dele foi aprovado hoje pelos conselheiros da estatal. O evento de posse ocorre ainda nesta quinta-feira (14), às 15h, com transmissão ao vivo através do site da companhia.

Coelho já havia sido aprovado ontem pela assembleia-geral de acionistas da Petrobras para integrar o Conselho da Administração da petrolífera. Esse era um pré-requisito para que chegasse à presidência da estatal.

Além de Coelho, o governo emplacou no conselho os nomes de Sonia Julia Sulzbeck Villalobos, Luiz Henrique Caroli, Ruy Flaks Schneider, Murilo Marroquim e Márcio Weber, este também eleito para presidente do conselho, após a desistência de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo.

Já os minoritários elegeram José João Abdalla Filho, Francisco Petros, Marcelo Mesquita, Marcelo Gasparino. Também foram aprovados ontem o resultado financeiro da companhia em 2021, quando a empresa lucrou R$ 106 bilhões, além da distribuição de dividendos complementares no valor de R$ 37,32 bilhões —o correspondente a R$ 2,86 por ação preferencial e ordinária em circulação, a serem pagos em maio.

A indicação de Coelho foi feita pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Na última segunda-feira (11), o Comitê de Pessoas da Petrobras —órgão que assessora o Conselho de Administração da companhia— deu seu aval para a indicação. O comitê o considerou apto para ocupar o cargo.

Quem é o novo presidente

Coelho ocupou a presidência do Conselho de Administração da PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A), estatal criada em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff, para atuar na área do pré-sal.

Graduado em química industrial, ele tem mestrado em ciências de materiais e doutorado em planejamento energético. Em outubro do ano passado, pediu demissão do cargo de secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do MME (Ministério de Minas e Energia). Desde então, cumpria quarentena. Foi servidor público por 14 anos. Considerado próximo do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, Coelho substitui o general Joaquim Silva e Luna.

Indicação e desistência de Adriano Pires No fim de março, Bolsonaro decidiu demitir o então presidente da companhia, o general Joaquim Silva e Luna. Isso ocorreu principalmente com o avanço dos preços dos combustíveis nos últimos meses e a perda de apoio político do general. O governo indicou o nome do economista Adriano Pires, mas ele desistiu de assumir a presidência da Petrobras dias depois.

“Ficou claro para mim que não poderia conciliar meu trabalho de consultor com o exercício da presidência da Petrobras. Iniciei imediatamente os procedimentos para me desligar do Centro Brasileiro de Infraestrutura, consultoria que fundei há mais de 20 anos e que hoje dirijo em sociedade com meu filho. Ao longo do processo, porém, percebi que infelizmente não tenho condições de fazê-lo em tão pouco tempo”, disse Pires, em carta divulgada pelo Ministério de Minas e Energia.

A decisão do economista criou um impasse para o governo, que teve menos de dez dias para conseguir um substituto para presidir a estatal. Um relatório da Diretoria de Governança e Conformidade da Petrobras sobre o histórico de Rodolfo Landim e Adriano Pires, indicados por Bolsonaro, teria assustado o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque e técnicos da CGU (Corregedoria-Geral da União), segundo informações do jornal O Globo.

No dossiê, a diretoria da Petrobras citava conflito de interesses —os dois têm ligação com empresários e empresas do setor de gás— e apontava eventuais dificuldades para que os nomes de Landim e Pires fossem aprovados. Assim como Pires, Landim também desistiu de assumir um dos cargos.

Escalada dos preços de combustíveis

No dia 10 de março, a Petrobras anunciou reajustes de até 25% nos preços da gasolina, diesel e GLP, o gás de cozinha, chegando ao seu 13º aumento desde janeiro de 2021, quando teve a escalada de preços de combustíveis no Brasil, segundo levantamento realizado pelo Observatório Social da Petrobras, organização ligada à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros).

Houve reação política: o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou a “insensibilidade” da Petrobras e disse que o aumento é um “tapa na cara dos brasileiros”. Já o governo de Jair Bolsonaro notificou a Petrobras pedindo esclarecimentos sobre o aumento nos preços.

O preço médio da gasolina nos postos do Brasil atingiu o maior valor em dois anos, fechando o mês de março em R$ 7,288 por litro, segundo levantamento da ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas.

Em relação a março de 2020, quando o preço médio era de R$ 4,598, o combustível acumula alta de 58,5%. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 27,26%. Já na comparação mensal com fevereiro deste ano, houve aumento de 5,94%.

 

A informação é do UOL.


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