Brasil
Salários baixos e estagnação lideram motivos para pedidos de demissão, diz estudo
Segundo estudo da FGV, 66% dos trabalhadores no Brasil já pensaram em abandonar seus empregos — e 16% dizem cogitar isso com frequência

Foto: Marcelo Camargo Agência Brasil
A insatisfação de trabalhadores com a estagnação profissional ou com a baixa remuneração tem levado cada vez mais brasileiros a pensarem em pedir demissão. Cerca de 66% dos trabalhadores no Brasil já pensaram em abandonar seus empregos — e 16% dizem cogitar isso com frequência.
Os dados são da 2ª edição do Engaja S/A, índice sobre engajamento corporativo desenvolvido pela Flash em parceria com a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP) e o Talenses Group.
O alerta mais grave está entre os profissionais considerados ativamente desengajados — aqueles que se sentem completamente desconectados dos objetivos da empresa e não dedicam nenhuma energia ao sucesso organizacional.
Nesse grupo, 93% já pensaram em pedir demissão, sendo que mais da metade (51%) afirma fazer isso com frequência. O número é quase o dobro do verificado entre os engajados, em que apenas 10% manifestam essa intenção de forma recorrente.
As causas são claras: baixos salários e falta de perspectiva de crescimento. Entre os ativamente desengajados, remuneração e benefícios (16%) e ausência de oportunidades de crescimento e desenvolvimento (13%) são os principais motivos de frustração.
Aspectos como salário adequado à posição, bônus, benefícios financeiros e mobilidade interna estão entre os mais mal avaliados pelos profissionais. Esse desânimo também se reflete no aumento do chamado “quiet quitting” — quando o trabalhador cumpre apenas o mínimo necessário, sem se esforçar além do básico.
Nove em cada dez brasileiros admitiram ter adotado esse comportamento em algum momento em 2024. Entre os ativamente desengajados, quase metade (49%) afirma atuar no modo “mínimo necessário” com frequência.
“Algumas empresas oferecem salários altos para atrair talentos, porém, ao longo da jornada do colaborador, não aumentam o salário nem fazem avanços de cargo. A longo prazo, isso gera desmotivação e insatisfação, criando a sensação de estagnação”, explica Paul Ferreira, professor da FGV.
O estudo da FGV contou com a participação de 2.736 trabalhadores brasileiros, representando uma amostra diversa e alinhada com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
Com informações do G1/ Trabalho e carreira. Leia mais
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