Brasil
Copom mantém ritmo de alta dos juros e eleva Selic para 13,25% ao ano
Copom decidiu, nesta quarta (29/1), aumentar em 1 ponto percentual a taxa Selic, que ficará vigente pelos próximos 45 dias.
Em primeira reunião sob a gestão do novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, nesta quarta-feira (29/1), elevar a taxa básica de juros do país (Selic) de 12,25% ao ano para 13,25% ao ano — um aumento de 1 ponto percentual.
O acréscimo está dentro do valor contratado pela própria autoridade monetária na última reunião do comitê, realizada em dezembro. Este é o quarto aumento consecutivo dos juros no país (setembro, novembro, dezembro e janeiro).
Com a decisão, a Selic volta ao mesmo patamar de agosto de 2023. A única diferença é que, à época, o Copom seguia fazendo cortes nos juros do país. A nova taxa de juros, de 13,25% ao ano, ficará vigente pelos próximos 45 dias.
Votaram por essa decisão os nove membros do comitê: Gabriel Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação, que ficou acima do teto da meta em 2024.
Em 2024, a taxa básica de juros do país fechou em 12,25% ao ano – voltando ao mesmo percentual de novembro de 2023.
A expectativa é de novas altas nos juros ainda nos primeiros meses deste ano. Isso porque, na última ata do Copom, o BC adiantou que deveria fazer mais duas elevações, de pelo menos 1 ponto percentual, na taxa Selic no começo de 2025.
O mercado financeiro estima que a Selic ficará em 15% ao ano até o fim de 2025, segundo o relatório Focus.
Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula, que termina em 2026, e do mandato de Galípolo à frente do BC.
Caso a pressão inflacionária continue e o cenário esperado pelo Copom se concretize, a taxa básica de juros do país poderá chegar a 14,25% ao ano ainda no primeiro trimestre de 2025 — alcançando o mesmo nível registrado em setembro de 2016.
Para conduzir a inflação à meta, o mercado acredita que será necessário continuar fazendo novos aumentos nos próximos meses. Assim, a Selic pode ultrapassar os 15% ao ano ainda em junho deste ano — sendo o maior percentual desde meados de 2006, fim do primeiro mandato do presidente Lula. À época, os juros chegaram a 15,25% ao ano.
No comunicado publicado nesta quarta, o BC diz que o ambiente externo permanece desafiador em função, principalmente, da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, “o que suscita mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed”. “O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, diz o Banco Central brasileiro.
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