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Trump diz que conversa com Lula foi ‘muito boa’ e abre possibilidade de encontro entre os dois no Brasil e nos EUA

Mais cedo, governo brasileiro afirmou que presidentes do Brasil e dos EUA falaram por vídeoconferência nesta segunda (6) para tratar crise diplomática.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que falou por videoconferência com o presidente Lula nesta segunda-feira (6) para tentar resolver a crise diplomática entre os dois países e disse que a conversa foi “muito boa” e que gostou dela.

O norte-americano confirmou que os dois terão novas conversas e um encontro “em um futuro não muito distante” e disse que a reunião deve ocorrer “tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos”.

“Nesta manhã, eu fiz uma chamada telefônica muita boa com o presidente Lula, do Brasil. Nós discutimos muitas coisas, mas a conversa focou principalmente na economia e no comércio entre os dois países”, declarou o norte-americano. “Nós teremos futuras discussões e nos reuniremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Eu gostei da ligação — nossos países irão muito bem juntos!”.

A conversa ocorreu após Trump ter anunciado de surpresa, em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que os dois haviam conversado rapidamente nos bastidores e combinado que falariam por telefone.

O governo brasileiro anunciou nesta manhã a conversa por vídeo, que durou cerca de 30 minutos e foi feita por Trump.

E afirmou que o petista pediu a Donald Trump que reveja o tarifaço e as sanções a autoridades brasileiras, aplicadas pelo governo Trump em retaliação em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado do norte-americano, no Supremo Tribunal Federal (leia mais abaixo).

Não havia informações, até a última atualização desta reportagem sobre a resposta de Trump ao pedido do brasileiro, mas, segundo o governo Lula, os dois concordaram que devem se encontrar pessoalmente — a diplomacia brasileira tenta que encontro entre os dois presidentes em algum país da Ásia.

O ministro da Economia, Fernando Haddad, disse que o diálogo entre Lula e Trump foi “positivo”, e o Planalto falou em “tom amistoso”.

Além de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckimin e o chanceler Mauro Vieira também foram ao Palácio da Alvorada para participar da ligação, ainda de acordo com as fontes consultadas pela TV Globo.

‘Química excelente’

A conversa entre Trump e Lula foi marcada pessoalmente entre os dois quando eles se encontraram nos bastidores da Assembleia Geral da ONU — sessão anual em que os líderes de todos os membros das Nações Unidas discursam em plenário.

Brasil e Estados Unidos foram os dois primeiros países a falar, e, quando Lula deixou o palco, cruzou com Trump.

Foi o próprio norte-americano que anunciou o encontro casual, durante seu discurso na assembleia. E surpreendeu ao dizer ter gostado de Lula, com que afirmou ainda ter tido “uma química excelente”.

“Ele parece um cara muito legal, ele gostou de mim e eu gostei dele. E eu só faço negócio com gente de quem eu gosto. Quando não gosto deles, eu não faço. Quando eu não gosto, eu não gosto. Por 39 segundos, nós tivemos uma ótima química e isso é um bom sinal.”

Crise diplomática

A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos começou em julho deste ano, quando, em uma carta, Trump anunciou que passaria a taxas os produtos brasileiros que entram nos EUA em 50%.

O motivo da taxação, disse o norte-americano, era o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, que Trump chamou de “tratamento injusto”.

A carta destoou do padrão adotado nas demais comunicações enviadas a seus outros parceiros comerciais de Washington que também sofreram taxação.

Enquanto as demais notificações tratavam principalmente da relação comercial e do déficit dos EUA com esses países, Trump iniciou a carta destinada ao Brasil abordando diretamente o caso de Bolsonaro.

“Conheci e tratei com o ex-Presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”, afirma o primeiro parágrafo.

Na sequência, Trump declara que aplicará uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros importados pelos EUA “em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.

Lula criticou a carta e, ao contrário de vários países, disse que não buscaria Trump para negociar. O brasileiro respondeu afirmando que o processo judicial contra os envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 é de competência exclusiva da Justiça brasileira, e “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.


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