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Prêmio Nobel de Medicina vai para pesquisas sobre evolução humana e hominídeos extintos

Os ganhadores dividem um prêmio de 10 milhões de coroas suecas, pouco mais de US$ 900 mil, ou R$ 4,8 milhões, na cotação do dia 30 de setembro.

O Prêmio Nobel de Medicina 2022 foi para o pesquisador Svante Pääbo, por suas descobertas sobre os genomas de hominídeos extintos e da evolução humana.

O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (3), no Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia.

Os ganhadores dividem um prêmio de 10 milhões de coroas suecas (pouco mais de US$ 900 mil, ou R$ 4,8 milhões, na cotação do dia 30 de setembro). Além disso, os laureados ganham um diploma e uma medalha.

Premiações anteriores

Em 2021, a láurea ficou com o americano David Julius, 65, e o libanês de origem armênia Ardem Patapoutian, 54. Os dois elucidaram os mecanismos que permitem que o sistema nervoso capte estímulos de temperatura e toque na pele.

Em 2020, o Nobel de Medicina foi dividido por três pesquisadores pela descoberta do vírus da hepatite C. O americano Harvey Alter, dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH), o britânico Michael Houghton, da Universidade de Alberta, e também o americano Charles Rice, da Universidade Rockefeller, foram os laureados.

Por causa da pandemia, em 2020 as medalhas e os diplomas de premiação foram enviados para a casa dos laureados.

Já em 2019, William G. Kaelin, da Universidade Harvard, Peter J. Ratcliffe, da Universidade de Oxford, e Gregg L. Semenza, da Universidade Johns Hopkins, foram os premiados por pesquisas sobre como as células percebem e alteram o comportamento de acordo com a disponibilidade de oxigênio.

Em 2018, foi a vez de James P. Allison e de Tasuku Honjo serem laureados pelas descobertas ligadas à imunoterapia, ou seja, ao combate do câncer com drogas que potencializam a função do sistema imunológico.

Entre as descobertas premiadas no passado estão as da estrutura do DNA por James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins (1962), a da penicilina por Fleming e outros (1945), a do ciclo do ácido cítrico por Hans Krebs (1953) e a da estrutura do sistema nervoso por Camillo Golgi e Santiago Ramón y Cajal (1906).

Outras descobertas notáveis premiadas pelo Nobel de Medicina ou Fisiologia são a da insulina (1932), da relação entre HPV e câncer (2008), a da fertilização in vitro (2010), a de que existem grupos sanguíneos (1930) e a de como agem os hormônios (1971).

A única pessoa nascida no Brasil que recebeu um Nobel foi o britânico Peter Medawar, pela descoberta das bases da tolerância imunológica adquirida, ou seja, a capacidade de fazer o sistema imunológico de um organismo não reagir a certos fatores.

“É meu desejo que, ao atribuir os prêmios, nenhuma consideração seja dada à nacionalidade, mas que o prêmio seja concedido à pessoa mais digna, sejam ou não escandinavos”, diz o testamento de Alfred Nobel.

Apesar do desejo, a concentração das premiações científicas em países ricos é expressiva. Isso sem contar o pequeno número de mulheres premiadas, somente 12 de 222 laureados —e o Nobel de Medicina, entre os prêmios científicos, ainda é o com maior participação feminina.

Como é escolhido o Nobel

A tradicional premiação do Nobel teve início, de certa forma, com a morte de Alfred Nobel, inventor da dinamite. Em 1895, em seu último testamento, Nobel registrou que sua fortuna deveria ser destinada para a construção de um prêmio —o que foi recebido por sua família com contestação. O primeiro prêmio foi dado em 1901.

A escolha do vencedor do principal prêmio da área de fisiologia ou medicina começa por indicações de um grupo de 50 pesquisadores ligados ao Instituto Karolinska, na Suécia. Alfred Nobel, em seu testamento, destinou à instituição a missão de eleger para receber a láurea àquele que tenha feito notáveis contribuições ao futuro da humanidade.

O processo tem início no ano anterior à premiação, mais especificamente em setembro, com o envio de convites para indicar um nome para o prêmio, o que deve ocorrer até o dia 31 de janeiro.

Podem indicar nomes os membros do Comitê do Nobel do Instituto Karolinska; profissionais da área de biologia e medicina ligados à Academia Real Sueca de Ciências; vencedores dos prêmios de fisiologia ou medicina ou de química; professores titulares de medicina de instituições suecas, norueguesas, finlandesas, islandesas ou dinamarquesas; professores em cargos semelhantes em outras faculdades de medicina de universidades de todo o mundo, selecionadas pelo Comitê do Nobel, com o objetivo de assegurar a distribuição adequada da tarefa entre vários países; e acadêmicos e cientistas selecionados pelo Comitê do Nobel. Já autoindicações não são aceitas.

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