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Pedro Castillo assume presidência do Peru, promete nova Constituição e o fim da corrupção

Ao assumir, ele disse que vai enviar ao Congresso um projeto de lei para convocar uma assembleia constituinte dentro do que a lei peruana permite.

Pedro Castillo, presidente do Peru. (Foto: Angela Ponce/Reuters)

Pedro Castillo assumiu a presidência do Peru nesta quarta-feira (28) sem tempo para respirar, diante do surto mais mortal de Covid-19 do mundo, tensões no seu partido socialista e um fraco apoio no Congresso em uma nação dividida.

“Juro pela população do Peru, por um país sem corrupção e por uma nova Constituição”, disse Castillo ao assumir.

Ao assumir, ele disse que vai enviar ao Congresso um projeto de lei para convocar uma assembleia constituinte dentro do que a lei peruana permite. O novo presidente também disse que a mídia deve ser “mais bem regulada” e que os tratados de livre comércio devem ser “melhorados, priorizando o interesse nacional”. Ele ainda afirmou que a estatal e óleo e gás do país, a Petroperu, vai regular os preços de combustíveis.

Castillo prestou juramento diante do plenário do Congresso unicameral usando seu chapéu de palha de aba larga como seus conterrâneos usam em sua terra andina e natal Cajamarca, e que ele usou ao longo de toda a sua campanha eleitoral. Ele anunciou a criação de um Ministério de Ciência e Tecnologia.

Líderes presentes
Os seguintes líderes compareceram às cerimônias:

Alberto Fernández, presidente da Argentina;
Luis Arce, presidente da Bolívia;
Sebastián Piñera, presidente do Chile;
Iván Duque, presidente da Colômbia;
Guillermo Lasso, presidente do Equador;
Felipe VI, rei da Espanha

Jair Bolsonaro é o único presidente de um país vizinho do Peru que participa da posse —o Brasil será representado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão.

Mourão já tinha representado o Brasil na posse de Alberto Fernández, na Argentina. Bolsonaro foi às cerimônias de posse dos presidentes Luis Lacalle Pou, do Uruguai, e de Lasso, do Equador.

Além de ser o dia em que o novo presidente assume o comando do país, é o aniversário de 200 anos da independência do Peru.

Mensagem do novo presidente

Castilho, filho de agricultores, tomou posse no Congresso e discursou à nação, que ficou rachada na eleição de 6 de junho vencida por uma margem de apenas 44 mil votos.

A ascensão repentina de Castillo, um ex-professor, abalou as estruturas da elite política tradicional do Peru e deixou produtores de cobre com medo de seus planos de aumentar impostos à mineração para financiar reformas de Saúde e Educação, e reformular a Constituição do país andino.

A formulação do seu ministério ainda está sob sigilo em meio a negociações entre a ala mais radical do seu partido Peru Livre e seus assessores e aliados mais moderados.
“A mensagem de Castillo definirá as diretrizes para o começo do seu governo, mas o ministério e equipe que ele anunciar nos dirá ainda mais sobre a direção que estamos tomando”, afirmou Jeffrey Radzinsky, um especialista em administração pública de Lima.

Um sinal-chave será o portfólio econômico, com fontes próximas a Castillo indicando que ele recorrerá a Pedro Francke, um economista de esquerda moderado, que ajudou a suavizar a imagem de outsider do candidato e tem acalmado um mercado instável nos últimos meses.

Vitória contestada

A posse acontece depois de Castillo, de 51 anos, vencer a adversária de direita Keiko Fujimori, embora sua vitória não tenha sido confirmada até semana passada. Fujimori afirmou, sem evidências, que houve fraude e contestou o resultado, o que gerou comparações com as táticas do ex-presidente norte-americano Donald Trump após a derrota na eleição presidencial de 2020 nos Estados Unidos.

Castillo terá que lidar com um Congresso fragmentado, no qual ele não tem apoio para promessas-chave que fez, incluindo planos de reformar a constituição, e também com tensões com a ala linha-dura da esquerda do seu partido, liderada pelo médico marxista Vladimir Cerrón.

Ele também terá que equilibrar o poderoso setor de mineração no segundo maior produtor de cobre e a necessidade de aumentar impostos para aliviar a pobreza cada vez maior e cumprir promessas à base rural que impulsionou a sua improvável ascensão à Presidência.

“Castillo precisa unir a linha-dura do seu partido, mas ele tem que fazê-lo sem destruir a imagem que o povo tem dele, de que ele é contra o radicalismo”, acrescentou Radzinsky.

As informações são do G1.

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