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Donald Trump é vaiado em funeral da juíza da Suprema Corte, Ruth Bader Ginsburg

O presidente dos Estados Unidos estava próximo do caixão coberto pela bandeira norte-americana quando começou a ser vaiado por grande parte do público presente.

O presidente dos EUA, Donald Trump, foi recebido nesta quinta-feira (24) com vaias por uma multidão que acompanhava o funeral da juíza Ruth Bader Ginsburg, no prédio da Suprema Corte, em Washington. As informações são da Reuters, com publicação pelo jornal Folha de S.Paulo.

Acompanhado da primeira-dama, Melania Trump, e com uma máscara — em uma rara aparição pública utilizando o item de proteção contra o novo coronavírus —, o republicano estava próximo do caixão coberto pela bandeira norte-americana quando começou a ser vaiado por grande parte do público presente.

“Vote contra ele”, gritou a multidão, até o presidente deixar o local.

Esta quinta-feira marca o segundo dos três dias dedicados a homenagear Ginsburg, ícone na luta pela igualdade de gênero nos EUA. A magistrada morreu na última sexta-feira (18), aos 87 anos, vítima de um câncer na pâncreas. Ela foi indicada à corte pelo presidente Bill Clinton, em 1993.

A morte de RBG, como ela ficou conhecida, tornou-se um ponto crítico das eleições presidenciais, já que Trump tem pressa para nomear o juiz que deve substituir Ginsburg na Suprema Corte. O líder norte-americano disse que vai anunciar a escolha no próximo sábado (26).

“Acho que isso [a eleição] vai acabar na Suprema Corte e penso que é muito importante termos nove juízes”, disse o presidente ao ser questionado se era necessário ter um tribunal completo para julgar eventuais questionamentos legais do resultado da eleição presidencial de 3 de novembro.

O nome indicado pelo atual presidente deve ampliar a maioria conservadora na mais alta instância da Justiça americana, de 5 para 6, num total de 9 juízes. Ginsburg era considerada a juíza mais progressista entre a atual composição de magistrados do tribunal.

A sucessão de Ginsburg também desvelou uma contradição. Em 2016, o então presidente Barack Obama foi impedido de indicar Merrick Garland à Suprema Corte porque, segundo os republicanos, era ano eleitoral, e o presidente eleito deveria fazer a escolha. À época, faltavam nove meses para o pleito.

Desta vez, faltam 40 dias, mas os democratas têm poucas chances de bloquear a escolha de Trump, porque o Senado, responsável pela sabatina do magistrado indicado, tem maioria republicana —os correligionários de Trump ocupam 53 das 100 cadeiras e já disseram que vão votar a nomeação.

A afirmação de Trump, segundo a qual a eleição “vai parar na Suprema Corte”, soma-se a outras que indicam que, em caso de derrota nas urnas, ele deve questionar a legitimidade do pleito. Nesta quarta (23), durante entrevista coletiva na Casa Branca, um jornalista questionou se o presidente firmaria o compromisso por uma transferência pacífica de poder se o democrata Joe Biden for eleito.

“Bom, vamos ver o que acontece. Eu tenho reclamado muito sobre as cédulas. As cédulas são um desastre”, diz Trump, aparentemente se referindo a cédulas de votação por correio. O presidente já afirmou em diversas ocasiões que a votação por correio é fraudulenta, sem, contudo, apresentar evidências.

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