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Manaus

Perdas de água: Manaus cai 3 posições em novo Ranking de Saneamento Básico do Instituto Trata Brasil

O que mais pesa para Manaus, no ranking, é o Índice de Perdas no Faturamento, que procura aferir a água produzida e não faturada: a cidade ficou em 94º lugar, com índice de 59,79%

Manaus caiu da 83ª para a 86ª posição, entre 2023 e 2024, no novo Ranking de Saneamento Básico do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta quarta-feira (20/03), com as cem cidades brasileiras mais populosas. Há dez anos a cidade se mantém entre as 20 piores colocações. O que mais pesa para Manaus, no ranking, é o Índice de Perdas no Faturamento, que procura aferir a água produzida e não faturada: a cidade ficou em 94º lugar, com índice de 59,79%.

ÍNDICE DE PERDAS NO FATURAMENTO

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Nenhuma cidade das regiões Norte e Nordeste aparece no ranking das 20 melhores. Cinco capitais da região Norte estão entre as 20 piores. Porto Velho ocupa a última colocação, seguida por Macapá. As outras três na lista são Rio Branco, Belém e Manaus.

Em relação ao Indicador de Atendimento Total de Água (ITA), apenas dois possuem mais do que 99% de atendimento: Manaus (AM) e Pelotas (RS), ambos com 99,49%. Manaus teve um evolução de 8,07%. A capital do Amazonas também evoluiu 13,66% no atendimento de esgoto.

O ranking do Trata Brasil considera indicadores como acesso e eficiência do serviço, desperdício de água pelo sistema e investimentos no setor, usando como referência dados de 2022.

O levantamento mostra que 15 das 20 mais bem avaliadas no acesso a água, coleta e tratamento de esgoto, com base nos padrões do Novo Marco Legal do Saneamento Básico, estão em São Paulo e no Paraná.

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Maringá (PR), São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP) são as cidades com melhor índice de saneamento básico. Veja o ranking abaixo:

1º – Maringá (PR)
2º – São José do Rio Preto (SP)
3º – Campinas (SP)
4º – Limeira (SP)
5º – Uberlândia (MG)
6º – Niterói (RJ)
7º – São Paulo
8º – Santos (SP)
9º – Cascavel (PR)
10º – Ponta Grossa (PR)

Metodologia

Os 20 melhores municípios têm, em média, 98,8% da população com acesso a água potável. A média de coleta de esgoto é de 96%, e a de tratamento de esgoto, de 78,4%, segundo a pesquisa.

Entre as mais bem avaliadas, Maringá saltou da 14ª posição para a liderança, em relação à última edição da pesquisa, divulgada em 2023.

Nas cidades com pior avaliação dentre as cem, na média, 82% da população tem acesso a água tratada. Nesse grupo, o índice de coleta de esgoto é de 28%, e de tratamento, só de 20%.

Os piores municípios, dentre os cem mais populosos, são:

100º – Macapá
99º – Santarém (PA)
98º – Rio Branco
97º – Belford Roxo (RJ)
96º – Duque de Caxias (RJ)
95º – São Gonçalo (RJ)
94º – Belém
93º – Várzea Grande (MT)
92º – Juazeiro do Norte (CE)
91º – Ananindeua (PA)
Mais de 32 mi de brasileiros sem água potável
Níveis de coleta e tratamento de esgoto evoluíram pouco no último ano, na média geral. De acordo com os dados, 56% da população tem acesso a coleta de esgoto, um aumento de 0,2 ponto percentual. O tratamento de esgoto cresceu 1 ponto percentual, de 51,2% para 52,2%.

A falta de acesso a água potável atinge 32 milhões de brasileiros. Mais de 90 milhões não têm acesso a coleta de esgoto.

Os dados indicam que 22 municípios têm 100% da sua água tratada. Outros 18 têm mais de 99%, cumprindo, portanto, o Novo Marco Legal do Saneamento Básico.

Cidades grandes têm indicadores melhores que a média nacional. A média de atendimento de água no grupo das cem maiores cidades é de 94,92%, acima dos 84,92% da média nacional.

Desperdício

Perda de mais de um terço da água tratada. O nível médio de perda de água no sistema de distribuição varia pouco entre as maiores cidades (35,4%) e o país (37,8%), como um todo.

Mas há diferenças entre o topo e o final do ranking. O desperdício foi de 28,4%, em média, entre as 20 melhores cidades, e de 48,5% entre as 20 piores cidades. As maiores perdas foram registradas em Porto velho (77%) e Macapá (71%).

Investimentos

Outra disparidade que se destaca é nos investimentos em saneamento. O valor médio anual por habitante investido foi de R$ 201,47 entre os melhores municípios, e de apenas R$ 73,85 entre os piores.

Extremos revelam desigualdade ainda maior. A cidade que mais investiu gastou R$ 693,01 por habitante, enquanto a que menos investiu gastou só R$ 25,91.

O Plano Nacional de Saneamento Básico considera ideal o investimento anual de R$ 231,09 por habitante. Só dez municípios da lista investem acima disso.

Quem investiu mais :

Praia Grande (SP): R$ 693,01
Santo André (SP): R$ 628,07
Cuiabá: R$ 472,42
Quem investiu menos:

Várzea Grande (MT): R$ 25,91
São Gonçalo (RJ): R$ 29,44
Rio Branco: R$ 30,02

Lentidão

De acordo com a presidente-executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, a universalização do saneamento básico caminha muito devagar no Brasil. Ela diz que as eleições municipais deste ano são uma oportunidade para discutir o problema.

Temos menos de dez anos para cumprir o compromisso de universalização do saneamento que o país assumiu com os seus cidadãos. Ainda assim, cinco capitais da região Norte e três da região Nordeste não tratam sequer 35% do esgoto gerado. Neste ano, de eleições municipais, é preciso trazer o saneamento para o centro das discussõesLuana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil

O Brasil tinha como meta fornecer água para 99% da população e coleta e tratamento para 90%, até 2023.

O Trata Brasil monitora o saneamento básico dos municípios mais populosos do país desde 2009. Os dados foram levantados em parceria com a consultoria GO Associados, com informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

Veja a íntegra do Relatório do Trata Brasil.

 

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