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Manaus é a 6ª entre as 15 cidades brasileiras mais ‘aquecidas’ pelas mudanças climáticas, aponta Climate Central

Relatório da Climate Central aponta que as cidades de Vila Velha (ES), Porto Alegre (RS) e Manaus (AM) ficaram 1,54°C, 1,52°C e 1,33°C mais quentes em fevereiro.

A onda de calor que atua em algumas regiões do Brasil não é a única responsável pelos dias mais quentes. Um novo levantamento publicado pela Climate Central, organização americana de monitoramento meteorológico, mostra que os impactos das mudanças climáticas estão cada vez aparentes nos termômetros. As informações são do Globo Rural.

Entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, 80% da população global foi exposta a pelo menos um dia de temperaturas acima da média esperada para o período, segundo o estudo. No Brasil, o valor sobe para 93%, com cerca de 200 milhões de habitantes afetados. A média de aquecimento do país nestes meses foi de 0,71°C.

A Bósnia é o grande destaque, com aumento de 4,09°C nas temperaturas, ao lado da Romênia e da Sérvia, onde os termômetros subiram 3,97°C. O estudo utiliza a média registrada entre 1991 e 2020 como base comparativa.

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Estudo revela cidades mais impactadas pelas mudanças climáticas — Imagem: Climate Central/ Divulgação

Dentre as 678 cidades dos 175 países analisados, 15 são brasileiras. Vila Velha (ES), Goiânia (GO) e Campinas (SP) foram as que apresentaram maior anomalia de temperatura, com aumento de 1,15 °C, 0,99°C e 0,93°C, respectivamente.

De acordo com os pesquisadores, o El Niño em atividade já prevê um aumento na temperatura global, porém, como o estudo se baseia nos dados dos últimos 30 anos para estabelecer uma base comparativa, as variabilidades dos ciclos El Niño-La Niña são consideradas.

“Isso nos permite quantificar a influência das alterações climáticas no aquecimento”, informa o texto.

Veja as 15 cidades mais aquecidas:

Vila Velha, 1,15°C
Goiânia, 0,99°C
Campinas, 0,93°C
Recife, 0,90°C
Salvador, 0,84°C
Maceió, 0,77°C
Manaus, 0,70°C
Belém, 0,63°C
Curitiba, 0,6°C
Brasília, 0,59°C
Guarulhos, 0,56°C
São Paulo, 0,54°C
Rio de Janeiro, 0,47°C
Porto Alegre, 0,46°C
São Gonçalo, 0,17°C

“Esses aumentos parecem pequenos, mas quando consideramos a idade cronológica e o equilíbrio térmico do planeta, percebemos que não são. É uma diferença grande em um tempo curto, isso é bastante significativo”, comenta Willians Bini, CCO da FieldPro.

O meteorologista diz que a principal preocupação da comunidade científica está relacionada ao chamado tipping point, em português, ponto de virada.

“Variações são comuns, o planeta passou por diversas oscilações térmicas nos últimos milênios, mas existe um limite. Se o ultrapassarmos, não conseguimos mais voltar aos patamares originais. E não sabemos quão próximo estamos dele”, alerta Bini.

Recordes de calor

Um dos fatores que ajudam a explicar as elevações na temperatura é a quantidade de dióxido de carbono (CO₂), principal gás do efeito estufa, presente na atmosfera. As concentrações atingiram 422,8 ppm em janeiro de 2024, o maior nível em dois milhões de anos.

Vale lembrar que, segundo o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus, fevereiro de 2024 marcou o nono mês consecutivo de recorde de calor na Terra, com uma elevação de 0,81°C em relação à média do mês nos últimos 30 anos. Comparando com o período pré-industrial, de 1850 a 1900, o aumento foi de 1,77ºC.

No Brasil, o relatório da Climate Central aponta que as cidades de Vila Velha (ES), Porto Alegre (RS) e Manaus (AM) ficaram 1,54°C, 1,52°C e 1,33°C mais quentes em fevereiro.

Em janeiro, o destaque fica para Recife (PE), onde o aumento foi de 1,34°C. Por fim, dezembro foi o mês com a maior anomalia registrada no país. Goiânia (GO) e Campinas (SP) encerraram o ano de 2024 com 1,72°C acima da média para o período.

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