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Manaus

Líder de motoristas de Manaus diz que gestão de David Almeida dobrou subsídios para empresas de ônibus

Givancir Oliveira disse que as empresas que recebem os subsídios milionários alegam dificuldades financeiras para conceder reajuste para os trabalhadores.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Manaus, Givancir Oliveira, disse que a gestão do prefeito David Almeida (Avante) paga, hoje, o dobro de subsídios às empresas de ônibus do que a gestão anterior. “O dobro! Paga o diesel, cesta básica e salário para as empresas. E as empresas alegam dificuldades financeiras para conceder reajuste para os trabalhadores. Ele tem responsabilidade porque ele paga tudo hoje”, disse Oliveira em entrevista, nesta terça-feira.

Oliveira anunciou indicativo de greve para a próxima quinta-feira, para reivindicar reposição salarial de 15%, para cobrir dois anos sem reajuste. “Tá na hora do prefeito David Almeida mostrar quem manda na cidade. Ele tem que mostrar que tem uma prefeitura nova, que respeita os direitos dos trabalhadores rodoviários. Hoje, a Prefeitura repassa o dobro de subsídios que a prefeitura antiga. O dobro! Paga o diesel, cesta básica e salário para as empresas. E as empresas alegam dificuldades financeiras para conceder reajuste para os trabalhadores”, disse.

Além do reajuste salarial o presidente do Sindicato dos Rodoviários disse que a categoria reivindica também a vacinação. “Nós fomos a categoria que mais morreu de Covid. Tivemos 120 mortes de rodoviários. A maioria gente de idade. O transporte público foi o que mais causou proliferação de coronavírus. Quando começou a pandemia teve uma redução da frota. A cidade de Manaus tinha mil ônibus, hoje só tem circulando 800 carros. E ainda reclamam porque Manaus foi vergonha nacional, porque acumulou mais gente no ônibus e propagou o vírus”, disse.

Segundo Oliveira, o prefeito tem que cobrar que os direitos dos trabalhadores rodoviários sejam cumpridos. “Ou as empresas concedem o reajuste ou a prefeitura tem que tirar esses subsídios”, alegou o presidente.

“Depois de dois anos a paciência acabou. Já tomei todas as providências. Vai ter greve, caso a Prefeitura de Manaus não chame as empresas e faça com que elas concedam o reajuste salarial imediatamente, retroativo a 2020. Nós cansamos de negociar com o Sinetram porque estamos há dois anos negociando e, são dois anos de barrigadas”, disse.

Segundo Givancir está prevista a paralisação de 50% da frota, mas a porcentagem ainda será determinada pelo Tribunal de Justiça. “O que aceitamos do tribunal é que ele defina a porcentagem. O sindicato vai defender 50%. O que a categoria não vai aceitar é o cancelamento da greve 100%. Não vamos aceitar isso”, disse. Olviira disse também que, se houver um sinal verde da Prefeitura, em reunião com a categoria, a greve poderá ser suspensa.

“Estamos com Ticket refeição com um mês atrasado. Temos colegas que adoecem, vão pro INSS e não tem o seu direito de ser atendido porque as empresas não fazem o depósito. Como é que uma Prefeitura entrega R$ 6 milhões para as empresas e não cobra que o INSS esteja em dia? Tem empresas falidas, que só rodam porque a prefeitura banca tudo. Se a prefeitura paga R$ 26 milhões para as empresas, pagaria R$ 27 milhões para garantir nosso reajuste. E como essas empresas dizem que não tem dinheiro se toda a frota foi renovada, em plena pandemia?”, perguntou.

Questionado sobre porque a categoria não fazia greve com a liberação da catraca, para não prejudicar o direito de ir e vir da população, Oliveira disse que depende do prefeito. “Eu topo. Pergunte ao prefeito se ele topa. Ele que é o do Executivo, é o chefe dos empresários. É ele que decide se fecha ou abre empresa. Se a prefeitura quiser eu libero a frota e tem catraca livre. Mas, eles não vão querer fazer isso e eu serei multado”, afirmou.

Prefeitura de Manaus já pagou R$ 89,4 milhões para empresas de ônibus este ano

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