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Economia

Quatro em cada dez brasileiros já sofreram alguma tentativa de golpe com Pix, diz pesquisa

Modalidade de estelionato atinge mais a idosos e a pessoas das classes D e E.

Uma pesquisa de uma empresa de proteção financeira mostrou que quatro em cada dez brasileiros já sofreram alguma tentativa de golpe com Pix. O levantamento contou, ainda, que as pessoas com mais de 60 anos, e as das classes D e E são as que mais perdem dinheiro nos golpes.

Segundo o Banco Central, as transações usando o Pix mais que dobraram: saltaram de 1,4 bilhão em dezembro de 2021 para quase 3 bilhões em dezembro de 2022.

A pesquisa revelou que 9% dos brasileiros já caíram em algum golpe financeiro com Pix. E, na maioria dos casos, ele começa por aplicativos de mensagem. Os tipos mais comuns de golpes com Pix são:

– Venda de produtos falsos ou feita por loja que não existe.
– Golpista que se passa por parente ou amigo para pedir dinheiro.
– Pessoa que oferece uma oportunidade de investimento falsa usando o Pix

Golpes com Pix:

– Produtos/lojas inexistentes 22%
– Falso parente 20%
– Falso investimento 18%

A pesquisa mostrou também que quem cai nesse tipo de golpe perde, em média, R$ 3 mil. Ainda de acordo com o levantamento, 15% das pessoas das classes d e e já foram lesadas. Ou seja, quem tem menos condições financeiras é mais afetado pela fraude.

Golpes por classes:

D/E: 15,5 %
C: 7,4 %
B: 6,4 %
A: 9,5 %

Segundo a pesquisa, qualquer pessoa, independentemente do gênero e da idade pode ser vítima. Mas os brasileiros com mais de 60 anos são os que mais perdem dinheiro: R$ 5.400 em média, por golpe, quase oito vezes mais que o prejuízo entre jovens, que é de R$ 680.

A coordenadora da pesquisa, Marcia Netto, conta ainda que nove em cada dez vítimas não tiveram o dinheiro de volta, sendo que um terço delas nem tentou reaver o valor.

Muita gente não sabe, mas o banco central tem um mecanismo criado para facilitar as devoluções em caso de fraudes com o pix. O cliente deve:

– Registrar o pedido de devolução no banco em até 80 dias pelo site ou pelo 0800
– O banco avalia o caso e o recebedor do Pix poderá ter os recursos bloqueados;
– Em 7 dias Se ficar concluído que não foi fraude, o recebedor terá os recursos desbloqueados.
– Se for fraude, em até 96 horas o cliente receberá o dinheiro de volta, integral ou parcialmente.

Mecanismo Especial de Devolução:

– Pedido de devolução (80 dias)
– Avaliação do caso
– Recebedor pode ter recursos bloqueados
– Não é fraude: recursos desbloqueados
– É fraude: cliente recebe o dinheiro de volta

“Na verdade, o golpe com Pix ele é um golpe em que o Pix é só o meio. O que a gente entende é que o Pix seria trocado por outro canal. Ele é só um veículo, ele não é o culpado”, disse Márcia.

A pesquisa ouviu, de forma online, 1910 pessoas entre junho e julho deste ano e analisou dados de solicitações de devolução do Pix do banco central por meio de lei de acesso à informação, além de denúncias feitas à própria empresa.

Desde o dia 1° de setembro, polícias e ministérios públicos podem consultar diretamente dados cadastrais, vinculados às chaves Pix, de usuários que estejam sob investigações. É uma tentativa de identificar e responsabilizar quem usa o Pix para cometer crimes.

Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que as tentativas de fraudes com o Pix não tem origem em brechas no sistema, que é seguro. E orienta que ao ser vítima de golpe o consumidor avise o banco e registre boletim de ocorrência. Sobre o ressarcimento, disse que cada instituição financeira tem sua própria política, considerando as evidências apresentadas pelos clientes e informações das transações realizadas.


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