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Economia

Mulheres vão comandar Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal

Tarciana Medeiros irá comandar o Banco do Brasil e Rita Serrano estará à frente da Caixa Econômica Federal.

Rita Serrano e Tarciana Medeiros . (Foto:Reprodução)

A gerente executiva Tarciana Medeiros irá comandar o Banco do Brasil e Rita Serrano estará à frente da Caixa Econômica Federal no governo do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Medeiros será a primeira mulher a comandar o BB, enquanto Serrano será a quarta mulher a presidir a Caixa. Antes dela, o cargo foi ocupado por Miriam Belchior (futura secretária-executiva da Casa Civil), Maria Fernanda Coelho e Daniella Marques, atual presidente.

O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (30) pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), após reunião de Lula com as indicadas no hotel onde está hospedado em Brasília. Segundo ele, ainda nesta sexta deverá ser anunciado o presidente da Petrobras –o principal cotado é o senador Jean Paul Prates (PT-RN).

“Elas estão conversando muito com o presidente, conversando comigo. Estão absolutamente alinhadas com plano de governo do presidente Lula, sabem dos desafios que estão colocados em relação ao sistema de crédito no Brasil, com agenda muito desafiadora”, disse Haddad.

O futuro ministro da Fazenda afirmou ainda que a primeira missão das executivas será, nas próximas semanas, apresentar formas de tirar do papel o programa “Desenrola”, proposta de campanha de Lula para renegociação de dívidas de famílias de baixa renda.

“Projeto de imediato que teremos é desenvolver nas próximas semanas o Desenrola, a questão das famílias endividadas, famílias de baixa renda, para as quais vamos oferecer uma linha especial de crédito no ano que vem”, afirmou.

O nome das escolhidas também foi anunciado pela presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, em rede social.

Tarciana Medeiros é formada em administração e entrou no Banco do Brasil em março de 2000. No banco, atuou nas áreas de varejo, agências e superintendências. Em 2021, se tornou gerente executiva de experiência do cliente e soluções para pessoas físicas.

Rita Serrano é funcionária da Caixa há mais de 30 anos e ocupou diversos cargos na instituição. Atua como representante dos funcionários da Caixa no conselho administrativo, para o qual foi eleita pela primeira vez em 2017.

No último pleito para o conselho, neste ano, foi reeleita em primeiro turno para o terceiro mandato, com 91% dos votos válidos, concorrendo com mais de 30 candidatos.

Natural de Santo André (SP), Serrano é graduada em estudos sociais e história, com mestrado em administração pela universidade de São Caetano do Sul.

A futura presidente da Caixa disse, em nota, que a nova gestão terá como desafios reorganizar o banco para a execução de programas sociais, como o Bolsa Família (atual Auxílio Brasil que será rebatizado pelo governo Lula) e o Minha Casa, Minha Vida.

Serrano falou ainda em ampliar parcerias com estados e municípios para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura. “É preciso promover a inclusão bancária da população e avançar em tecnologia para oferecer melhores serviços para atendimento aos clientes”, complementou.

A indicação de Serrano para o comando da Caixa é vista com bons olhos por ex-funcionários do banco. Há a percepção, segundo fontes ouvidas pela Folha, de que, como conselheira, ela exerceu um importante papel de fiscalização e teve um papel destacado nas denúncias de assédio sexual envolvendo o ex-presidente Pedro Guimarães, exigindo a contratação de uma empresa externa para auditoria do caso.

Como a Folha mostrou, coube à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a escolha do comando dos bancos públicos. De acordo com assessores do presidente diplomado, esta foi uma forma de compensá-la por não assumir um ministério ou qualquer outro cargo no governo.

Gleisi, que continuará no comando do partido, faz questão de elevar a participação feminina no governo eleito e defende mulheres para a presidência dos dois bancos públicos.

Com isso, o PT também se contrapõe ao governo do antecessor Jair Bolsonaro (PL). A Caixa foi palco de escândalo de assédio, com o então presidente da instituição, Pedro Guimarães.

Caixa e BB devem funcionar como pilares do governo Lula 3. O primeiro, como braço executor das políticas públicas, especialmente voltadas aos mais vulneráveis; o segundo, para crédito destinado ao agronegócio, que deve continuar como motor das exportações nos próximos anos.

Ambas as instituições devem ampliar o crédito, especialmente para os empreendedores —que contarão com fundos de avais abastecidos com garantias da União. Esses recursos vão lastrear empréstimos e os tomadores arcarão com uma taxa, que vai retroalimentar o mecanismo.

Entre os bancos públicos, Lula já havia anunciado o ex-ministro e ex-senador Aloizio Mercadante para a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social).

“Aloizio Mercadante, vi algumas críticas sobre você, sobre boatos que você vai ser presidente do BNDES. Eu quero dizer para vocês que não é mais boato: o Aloizio Mercadante será presidente”, disse o petista no último dia 13.

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