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Economia

Micro e pequenos negócios batem recorde de inadimplência em setembro, diz Serasa

Segundo a pesquisa, em setembro foram 44,6 milhões de dívidas em aberto por parte das empresas.

A inadimplência alcançou 6,3 milhões de empresas brasileiras em setembro. Os dados são da Serasa Experian e apontam um recorde na série histórica da pesquisa: em março de 2016, eram 4,2 milhões de negócios fechando o mês no vermelho no país. E os pequenos sofrem mais: do total de empresas negativadas, a maioria – 5,6 milhões – são de micro e pequeno portes.

Quando observado o número total de empresas, é possível ter uma dimensão do volume de negócios com o orçamento comprometido. Dados do Mapa das Empresas do governo federal mostram que há, hoje, 20,4 milhões de negócios ativos no país, o que quer dizer que 31% delas estão inadimplentes.

Segundo a pesquisa, em setembro foram 44,6 milhões de dívidas em aberto por parte das empresas, totalizando um valor de R$ 105,2 bilhões.

Os negócios mais negativados são os do setor de Serviços (53,3%), seguidos dos do Comércio (37,7%), Indústria (7,8%), Setor Primário (0,8%) e Outros (0,4%).

O levantamento mostra ainda que a categoria Outros, que engloba débitos contraídos com fornecedores e parceiros, são as que representam a maior fatia da inadimplência (28,9%). Em seguida, aparecem Serviços (27,1%), Bancos e Cartões (19,5%) e Telefonia (8,9%).

Além disso, o estudo aponta que a maior parte das empresas inadimplentes estão em São Paulo (2,04 milhões), Minas Gerais (610 mil), Rio de Janeiro (557 mil) e Paraná (398 mil).

Economista da entidade, Luiz Rabi avalia que, apesar de algumas variáveis econômicas demonstrarem melhora, como a queda na inflação — que em setembro recuou 0,29% — sair do patamar atual de inadimplência ainda levará tempo. Ele também afirma que a inadimplência é um “indicativo em cadeia”:

— Quando os consumidores conseguirem limpar seus nomes, vão quitar suas dívidas com as empresas. Essas, por sua vez, com um melhor fluxo de caixa, poderão honrar os compromissos financeiros com parceiros e fornecedores e, dessa forma, a inadimplência da pessoa jurídica tende a diminuir.

Menores sofrem mais

A pesquisa revelou ainda que, do total de negócios negativados, a maior parte são de micro e pequeno porte: 5,6 milhões, número 5% maior do que o apurado no mesmo período do ano passado.

Entre os pequenos, o setor de Serviços teve a maior participação, de 52,2%, seguido pelo Comércio, com 39,4%. Em sequência estavam as Indústrias (7,9%) e Demais (0,5%).

Para o vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas da Serasa Experian, Cleber Genero, “as empresas menores tendem a demorar mais tempo para se reerguer, mesmo com a economia estável, por isso é importante planejar uma organização financeira e buscar soluções práticas que auxiliem a cobrança assertiva de clientes e a renegociação de dívidas com parceiros e fornecedores”.

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