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Economia

Inadimplência atinge novo recorde em julho; um em cada três brasileiros tem contas atrasadas

O dado é da série histórica do Serasa Experian que oferece negociação de até 90% das dívidas.

Em julho, o país registrou novo recorde de inadimplência: um em cada três brasileiros. O dado é da série histórica do Serasa Experian, que registra há oito meses altas consecutivas, chegando a 67,6 milhões de inadimplentes na última pesquisa, após 66,8 milhões registrados em junho. Ainda de acordo com o levantamento, 41,8% da população adulta no Brasil está com contas as atrasadas.

— A principal variante para isso foi a inflação. Desde agosto do ano passado, ela está em dois dígitos, considerando o dado anualizado. E isso tem um efeito brutal na capacidade de pagamento das pessoas. O custo de vida, de alimentação, fica mais alto, e sobra menos dinheiro para pagar compromissos previamente assumidos e as contas do dia a dia, principalmente com essas tarifas também aumentado — explica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.

O economista e docente da Estácio Eduardo Amendola resume em dois motivos principais: a redução no poder de compra e a elevação da taxa básica de juros.

— O aumento no preço ocorre desde o segundo trimestre de 2021 e impactou negativamente o poder de compra das famílias. Em um primeiro momento, elas responderam aumentando o endividamento e, depois, como a inflação persistiu, o caminho foi a inadimplência. Para controlar a inflação elevada, o Banco Central aumentou a Selic, porém acabou impactando o mercado de crédito. Esse aumento na taxa básica foi transmitido aos contratos pós-fixados onerando ainda mais as famílias endividadas — coloca.

Segundo a pesquisa, o setor com mais dívidas negativadas é o de Bancos e Cartões (28,6%).

— Cartões e o cheque especial são muito usados pelo brasileiro para esticar seu salário,e é muito fácil ficar inadimplente assim, pois os juros são largos — explica Rabi.

O setor de Utilities, que compila contas básicas como água, gás e energia (22,2%), é o segundo com mais dívidas negativadas. Depois vêm Financeiras (13,7%); Varejo (12,4%), Serviços (10,1%), Telefonia (6,8%) e Securitizadoras (2,1%).

— Apesar de estar na terceira posição, o setor de Financeiras é o que mais tem crescido a participação na negativação. Isso porque, de forma geral, as financeiras atendem pessoas que não conseguem mais crédito em banco: pessoas vulneráveis em renda e emprego. Então, há um perfil mais arriscado. Por isso, cobram-se taxas de juros mais altas do que as do banco. E muitos que contraem essas dívidas perdem a capacidade de pagamento de uma hora para a outra — pontua Rabi.

Segundo Amendola, o cenário no mercado de crédito não deve sofrer alterações até o segundo semestre de 2023. E há um longo caminho para as condições da inadimplência elevada serem desmontadas.

Mais de 1,5 milhões renegociaram

A situação da inadimplência poderia ser pior, no entanto. Em julho, a Serasa renegociou dívidas para 1,5 milhão de consumidores, concedendo mais de R$ 3,5 bilhões em descontos pelo Serasa Limpa Nome. Junto a empresas parceiras, liberou mais de 23 milhões de dívidas para negociação até R$ 100 e mais de 68 milhões até R$ 1 mil. As mulheres foram as que mais utilizaram o serviço de renegociação da Serasa, representando 54% do total.

Uma nova oportunidade para pôr as contas em dia acontece neste mês. A Serasa Experian realiza uma força-tarefa do Limpa Nome com até 90% de desconto e possibilidade de parcelamento em até 36 vezes sem juros.

— Negociaçao é a forma mais recomendada para sair da inadimplência. Hoje, em média, um endividado deve a quatro credores. Então, é difícil conseguir pagar os quatro de uma vez só — avalia Rubi.

O Estado do Rio era o segundo com maior número de inadimplentes em julho: 6,8 milhões, atrás apenas de São Paulo, com 16 milhões. O Estado do Rio também ficou em segundo lugar na procura por renegociação junto à Serasa, com 156 mil consumidores, atrás apenas de São Paulo, com 459 mil.

A informação é do site Extra.

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