Conecte-se conosco

Economia

Dívidas: veja como obter até 99% de desconto para renegociar valores

Com a entrada do 13º salário na conta, os endividados podem quitar dívidas para entrar 2023 no azul ou negociar parcelas que caberão no orçamento no ano que vem.

O país chegou a 68.388.049 inadimplentes em setembro, após nove meses de recordes consecutivos, segundo a Serasa Experian. Os atrasos somavam R$ 295.738.608.945,33 — uma média, por pessoa, de R$ 4.324,42, quase o equivalente a quatro salários mínimos. Para Fernando Gambaro, responsável pela área de Pesquisa da Serasa, os dados são preocupantes:

— O número de inadimplentes vem crescendo consecutivamente desde janeiro, o que não ocorria há muitos anos. O cenário econômico mundial (crise do petróleo em 2021 e Guerra na Ucrânia em 2022) e nacional (taxa de juros a 13,7% ao ano, preços de alimentos em alta e renda média em queda) gera um cenário ainda incerto, dificulta a redução dos indicadores de endividamento e sugere mais atenção no quesito das finanças pessoais — explica.

A situação ainda pode mudar para muita gente em 2022, no entanto. Com a entrada do 13º salário na conta ou de renda em razão de serviços extras de fim de ano, os endividados devem quitar dívidas para entrar 2023 no azul ou negociar parcelas que caberão no orçamento no ano que vem — antes de comprar na Black Friday e investir nos presentes de Natal.

— É o melhor momento para negociar, pois as empresas credoras perceberam que o cenário econômico difícil exige condições especiais de descontos e parcelamentos — garante Fernando Gambaro.

De fato, a Serasa realiza um feirão de negociação de dívidas no momento, com mais de 260 empresas. Bancos e concessionárias de energia, água e gás também oferecem descontos em ferramentas próprias. Essas campanhas costumam ter as melhores condições de pagamento, mas se a empresa à qual você deve não tem uma ação ativa de negociação, vale buscá-la por outros meios.

— Uma negociação não precisa de atravessadores, como os mutirões. Pode procurar diretamente a empresa, que também tem interesse em receber e quanto mais rápido e menos burocrático. Pode começar dizendo que quer resolver a negociação e pedir a memória de cálculo da dívida para fazer uma proposta de pagamento — orienta Simone Sgarbi, especialista em educação financeira.

Seja para negociar num mutirão ou numa conversa paralela, há algumas tarefas a cumprir antes: conhecer a sua dívida e seu orçamento.

— É preciso mostrar ao credor qual é sua renda, sua despesa mensal, e quanto sobra para liquidar dívidas. Ser bem honesto — ensina Rubens Moura, professor de Economia da Mackenzie Rio, acrescentando que conhecer seu orçamento é uma lição para o futuro: — Para definir o que é importante para você e sua família, e até colocar metas de reserva para ter excedente para compras futuras ou para um problema que possa surgir. Sem isso, pessoas perdem o controle das suas escolhas de consumo.

Como conhecer sua dívida

Para conhecer a fundo uma dívida, a pessoa pode pedir ao credor uma memória de cálculo, que lhe permita entender como a dívida chegou ao valor que está sendo cobrado. O Banco Central obriga o fornecimento dos dados.

— Informações como: qual o valor inicial?; qual a taxa de juros cobrada?; quanto você já pagou em valores?; quantas parcelas você já pagou?; quantas parcelas estão em atraso?; quantas parcelas faltam pagar? e quanto seria para quitar essa dívida hoje à vista? são essenciais para você ter argumentos na hora de negociar — recomenda.

Por exemplo, se sua dívida inicialmente era apenas R$ 1 mil, e você sabe que já pagou isso considerando os juros, pode cobrar uma negociação melhor. É bom para os dois lados que o devedor consiga voltar a pagar uma dívida.

Se tiver que escolher uma dívida para pagar, o professor Rubens Moura aponta que a prioridade deve ser aquela com juros mais altos, para interromper o crescimento da bola de neve.

Mutirões e ferramentas

Varejo e serviços – O Feirão Serasa Limpa Nome acontece até 5 de dezembro e reúne 260 parceiros, como bancos, telefonia, varejo, universidades e outros segmentos. Os descontos para os participantes chegam a 99%, e algumas empresas participantes oferecem o pagamento via Pix e a baixa da negativação em até 24 horas. A negociação pode ser feita em três minutos via site (www.serasalimpanome.com.br), app (Serasa), ligação gratuita (0800-591-1222) ou WhatsApp (11-99575–209). Mas também é possível realizar a consulta e a negociação das dívidas presencialmente nas mais de seis mil agências dos Correios distribuídas pelo país que oferecem as mesmas condições mediante o pagamento de R$ 3,60.

Bancos e financeiras – A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Banco Central do Brasil, Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons de todo o país realizam o Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira até 30 de novembro. Podem participar da ação pessoas físicas com dívidas que não têm bens dados em garantia, que estejam em atraso e tenham sido contraídas de bancos ou financeiras. No site https://meubolsoemdia.com.br/Materias/mutirao-da-negociacao, é possível acessar o Registrato, sistema do Banco Central por meio do qual é possível conferir lista de dívidas em seu nome, e acessar canais diretos dos bancos e a plataforma de mediação ConsumidorGovBr, para começar as negociações. O banco requisitado tem o prazo de dez dias para analisar a solicitação e apresentar uma proposta. O site dá campanha também tem conteúdos de educação financeira, como a Plataforma Meu Bolso em Dia Febraban.

As informações são do site Extra.

Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

18 − oito =