Economia
Avanço da Petrobras na Foz do rio Amazonas eleva atratividade de leilão, diz instituto
Presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP)diz que a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas aumentará a atratividade do próximo leilão de áreas exploratórias de petróleo.

O avanço da Petrobras para a última etapa no processo de licenciamento que visa a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas aumentará a atratividade do próximo leilão de áreas exploratórias de petróleo em 17 de junho, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) à Reuters, nesta terça-feira (20).
Roberto Ardenghy, entretanto, ponderou que ainda é preciso ter cautela, uma vez que o processo de licenciamento para a realização do poço, em águas ultraprofundas do Amapá, ainda não terminou.
A Petrobras obteve na véspera uma aprovação do órgão ambiental federal Ibama de seu plano para realização de vistorias e simulação de resgate de animais na Bacia da Foz do Amazonas. O próximo passo agora será realizar um grande simulado operacional, como uma última fase para que o Ibama avalie se deve conceder a licença.
“Certamente isso vai aumentar a atratividade (do próximo leilão da ANP), mas não vai ser uma corrida desenfreada”, disse Ardenghy, em entrevista à Reuters por videoconferência direto do Amapá, onde por coincidência ele desembarcou na véspera pouco antes do Ibama publicar sua decisão.
“Nós achamos que foi um passo importante, mas o processo de licenciamento ainda não acabou”, advertiu o representante do IBP, que recebeu nesta terça-feira o título de cidadão amapaense, na Assembleia Legislativa do Amapá, onde disse que ouviu brincadeiras de que aguardavam o desembarque dele no Estado para que houvesse esse novo avanço no processo.
A Reuters publicou mais cedo que a Petrobras deve estar pronta para enviar a sonda de perfuração destinada para a atividade no Amapá até o fim do mês, após a realização de limpeza do equipamento. Ardenghy calcula que a viagem deve levar cerca de 20 a 25 dias.
O próximo leilão de áreas exploratórias de petróleo do Brasil será o primeiro em que serão ofertadas áreas na Bacia da Foz do Amazonas em modelo de oferta permanente.
Devido a regras desse sistema, apenas foram selecionadas para o certame áreas que já tiveram um interesse prévio de empresas.
A Bacia da Foz do Rio Amazonas é conhecida por um grande potencial para descobertas de petróleo, diante de achados em áreas análogas na Guiana e no Suriname, mas com enormes desafios socioambientais. A Petrobras busca há anos uma licença para perfurar a região e o Ibama não tem um prazo para decidir.
Documentos vistos pela Reuters mostraram que o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, advertiu em sua decisão da véspera contra a “multiplicação desordenada de futuras solicitações de licenças ambientais” na Bacia da Foz do Amazonas e defendeu estudos ambientais mais complexos que englobem toda a área.
Além da Foz, a ANP também vai ofertar no leilão áreas em outras quatro bacias, sendo elas Santos, Pelotas e Potiguar, no mar, e Parecis, em terra, somando um total de 16 setores, com diversos blocos exploratórios.
Ardenghy evitou falar sobre quais as áreas do leilão poderiam gerar mais interesse do mercado, mas adiantou não ver um impacto negativo de um recente recuo dos preços do petróleo no mercado internacional.
“A gente vê isso (queda dos preços do petróleo) como algo conjuntural, ligado mais à geopolítica, à questão da China, dos Estados Unidos, mas a tendência é que o consumo de petróleo continue grande”, afirmou.
Necessidade de novas reservas
Em seu discurso na Assembleia Legislativa do Amapá mais cedo nesta terça-feira, Ardenghy defendeu a importância de se realizar novas descobertas de petróleo no Brasil, uma vez que “as reservas que o Brasil têm hoje já estão em fase de esgotamento ou de amadurecimento”.
“Nós temos que descobrir outras reservas por uma questão de segurança energética, por uma questão de independência do Brasil frente a outros países e por uma questão também de desenvolvimento nacional. E, felizmente, aqui no Amapá nós temos essa perspectiva, uma perspectiva muito positiva”, afirmou.
Ardenghy ponderou que é preciso realizar perfurações para que o potencial da região da Foz do Amazonas seja confirmado.
“Se Deus quiser, se tudo se confirmar, nós encontraremos uma reserva muito grande de petróleo e gás naquela região, que será importante alavancador para o desenvolvimento do Estado”, afirmou.
Nessa linha, Ardenghy disse em seu discurso que o Amapá tem um desafio de se preparar tecnicamente para receber a indústria do petróleo, ressaltando ser um setor que gera grande empregabilidade.
Ambientalistas, contudo, estão preocupados com a instalação da indústria de petróleo na região amazônica.
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