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Região Norte tem 10,24% da população atendida com esgoto, diz Instituto Trata Brasil

Segundo o “esgotômetro”, medidor de esgoto despejado na natureza, disponível no site do Trata Brasil, mais de 1,5 milhão de piscinas olímpicas de esgoto foram lançadas ao meio ambiente no Brasil desde 1º de janeiro de 2019.

O presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, informou aos senadores da Comissão de Infraestrutura (CI), nesta quarta-feira, que 35 milhões de brasileiros não têm serviço de água tratada e 48% da população não tem acesso à coleta de esgoto. Segundo ele, todos os objetivos de desenvolvimento sustentável são conectados ao saneamento. Na Região Norte, só 10,24% são atendidos por coleta de esgoto.

O Instituto Trata Brasil é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que atua no Brasil desde 2007, formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país.

A CI discutiu a universalização do saneamento básico no Brasil. Durante audiência pública, os expositores alertaram para os dados e pediram a atenção do Senado e do governo para mudar essa realidade. A comissão recebeu o fundador da World Toilet Organization, Jack Slim, que trabalha com o desenvolvimento da tecnologia sanitária em vários países. Nos dias 17, 18 e 19 de novembro, a fundação fará um evento em São Paulo com palestras e apresentações sobre saneamento bsásico. Segundo Slim, a cada dólar gasto com saneamento há um retorno de U$S 5.

Segundo o “esgotômetro”, medidor de esgoto despejado na natureza, disponível no site do Trata Brasil, mais de 1,5 milhão de piscinas olímpicas de esgoto foram lançadas ao meio ambiente no Brasil desde 1º de janeiro de 2019. Não há nenhum impacto ambiental hoje maior do que o lançamento de esgoto.

Édison Carlos disse que a falta de saneamento básico impacta mais as mulheres, que geralmente são as que mais perdem dias de lazer, de aula e de trabalho pelo fato de terem que se deslocar para buscar água potável e cuidar dos doentes da família. A falta de coleta de esgoto também atinge 59% das escolas do ensino fundamental no Brasil, segundo ele. “ Como vamos construir um país realmente desenvolvido numa situação dessa?”, questionou.

A falta de saneamento básico implica o aumento de doenças na população. Segundo Édison, há mais de 300 mil internações por ano no Brasil causadas por diarreias graves. Além das doenças, há ineficiência da entrega de água. O presidente do Trata Brasil informou que, em 2017, o Brasil teve prejuízo de R$ 11 bilhões, o que daria para ter abastecido 30% da população. “Essa ineficiência brasileira na distribuição de água é fatal para que a gente não consiga avançar nos serviços de saneamento. São vazamentos, gatos, roubos, fraudes de hidrômetros, hidrômetros que não medem nada”, citou.

Por fim, ele apresentou um estudo da Fundação Getúlio Vargas, entregue ao ex-presidente Michel Temer e ao presidente Jair Bolsonaro, mostrando que o Brasil ganharia R$ 1,1 trilhão nos próximos 20 anos se universalizasse o saneamento básico, a um custo de R$ 470 bilhões. Ele disse ainda que deverá chegar à Câmara e ao Senado um projeto de lei sobre o assunto e pediu o compromisso dos senadores para apoiar a proposta. “Talvez não há maior e melhor investimento que esse país possa fazer do que a universalização do saneamento básico. É a infraestrutura que mais traz benefícios a um ser humano. É a infraestrutura mais relevante que um país pode ter”, afirmou.

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