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Protestos em rodovias são retomados; PRF contabiliza novos bloqueios e interdições

Caminhoneiros bolsonaristas sugerem greve e novas interrupções de tráfego em estradas federais.

Caminhoneiros protestam contra o resultado das eleições presidenciais. (Foto: Sérgio Castro Estadão)

Caminhoneiros bolsonaristas organizam greve e novas interdições em estradas nesta sexta-feira, 18, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar o bloqueio de contas de empresários suspeitos de financiar os atos antidemocráticos do início de novembro.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa que novamente há obstruções em rodovias federais. Até o momento, há 6 vias com fluxo totalmente interrompido. Rondônia é o Estado que mais concentra bloqueios. Em Mato Grosso, há três pontos de interdição parcial. Não há obstruções em São Paulo.

Áudios que circulam em grupos bolsonaristas dão conta de caminhoneiros que sugerem “trancar” as rodovias e, inclusive, resistir à ação policial. Uma pessoa não identificada afirma que pode não desistir do ato mesmo se levar tiros de borracha. Os áudios sugerem obstruir vias em municípios de Mato Grosso, como Sinop e Campo Novo do Parecis, a partir do meio-dia desta sexta-feira.

O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotivos (Abrava), Wallace Landim (conhecido como Chorão), afirmou ao Estadão que a categoria não apoia os bloqueios, que, segundo ele, são planejados por uma pequena parcela de caminhoneiros. “Não é um movimento dos caminhoneiros, é uma ala extremista (…) está sendo cometido um crime”, disse.

Há, ainda, a suspeita de que os bloqueios estejam sendo encorajados pelos empregadores desses motoristas, no caso daqueles que trabalham para as empresas que tiveram suas contas bloqueadas pelo STF. Se confirmada, a prática caracteriza locaute e prevê responsabilização legal.

A Abrava admitiu acionar a Justiça para pedir indenização aos caminhoneiros autônomos que sejam impedidos de circular pelas rodovias. “Eu já ouvi caminhoneiro autônomo falando que ‘vai passar por cima’, isso é perigoso”, afirmou Chorão.

Na primeira semana de novembro, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram responsáveis por bloquear total ou parcialmente mais de mil trechos de rodovias federais e estaduais. Também tem sido comum que manifestantes façam protestos na entrada de comandos militares. Os atos são contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas e pedem que haja uma “intervenção federal” para impedir a posse do petista.

Protestos

De acordo com a corporação, desde o início das manifestações, em 30 de outubro, 1156 interdições já foram desfeitas. Veja onde são as interdições desta sexta,18/11:

BR-364, KM 16: Vilhena – Posto Catarinense
BR-364, KM 234: Cacoal – Coopercal
BR-364, KM 305: Presidente Médici – Posto Trevão
BR-364, KM 337: Ji-Paraná – Anel Viário
BR-364, KM 437: Jaru

Na manhã desta sexta, também houve registro de bloqueio na BR-040, próximo a Cristalina, em Goiás. A manifestação impactou o trânsito na BR-050. No entanto, as vias foram liberadas ainda no início da manhã.

Prisões

De acordo com a PRF, entre 30 de outubro e 9 de novembro, 49 pessoas foram presas por causa dos bloqueios. O estado que mais registrou prisões foi Santa Catarina, com 13. Em seguida, aparecem Mato Grosso do Sul e Espírito Santo, onde cinco pessoas foram detidas.

Santa Catarina: 13 prisões
Mato Grosso do Sul: 5
Espírito Santo: 5
Rio Grande do Sul: 4
Minas Gerais: 4
Pernambuco: 3
Goiás: 2
Maranhão: 2
Rondônia: 2
Paraná: 2
São Paulo: 2
Rio de Janeiro: 2
Mato Grosso: 1
Roraima: 1
Rio Grande do Norte: 1

No dia 31 de outubro, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmaram uma decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, que determinou à PRF e às polícias militares dos estados o desbloqueio das rodovias. Os atos provocaram transtornos em diversas regiões, com suspensão de venda de passagens de ônibus interestaduais, desabastecimento de produtos e suspensão de serviços de saúde.

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