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Brasil

Presidente Bolsonaro cita crise hídrica e faz apelo: ‘Apague um ponto de luz agora’

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a taxa extra deverá ser novamente aumentada por causa da crise hídrica. “Não adianta ficar sentado chorando”, disse, em audiência pública no Senado.

Presidente Jair Bolsonaro, discursa durante solenidade de sanção da lei de capitalização da Eletrobrás

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu hoje o perigo da crise hídrica vivida no Brasil, que classificou como “a maior da história” e “problema sério”, e fez um apelo para que as pessoas economizem energia e “apaguem um ponto de luz” em casa.

Ele também disse que algumas hidrelétricas, sem especificar quais, podem parar de funcionar caso a situação se agrave.

“Em que pese estarmos vivendo a maior crise hidrológica da história, 91 anos que não tínhamos uma crise como essa… Vou até fazer um apelo a você que está em casa agora: tenho certeza que você pode apagar um ponto de luz na sua casa agora. Peço esse favor para você, apague um ponto de luz agora”, disse Bolsonaro durante sua live semanal.

“Ajude-nos, assim você está ajudando a economizar energia e a economizar água das hidrelétricas. Em grande parte dessas represas já estamos na casa de 10%, 15% de armazenamento. Estamos no limite do limite, algumas [hidrelétricas] vão deixar de funcionar se essa crise hidrelétrica continuar existindo”, disse Jair Bolsonaro, em apelo à população.

O recente aumento nas contas de luz tem pesado no orçamento das famílias e pressionado a inflação. A prévia do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste mês, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acelerou a 0,89%, após ficar em 0,72% em julho.

Foi a maior variação para agosto em quase duas décadas, desde 2002, quando o índice foi de 1%.

Assim como em julho, a prévia da inflação de agosto foi puxada pelo aumento nas contas de luz, que chega a 5% no mês, exercendo o maior impacto individual no resultado. Ontem, porém, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse não ver problema na alta dos preços da energia elétrica, acreditando que o país atravessará a crise sem “medo”.

A crise hídrica levou o governo a anunciar algumas medidas para redução do consumo de energia em toda a administração pública federal. Um decreto presidencial determinou a redução do consumo de eletricidade desses órgãos entre 10% e 20% em relação ao mesmo mês nos anos de 2018 e 2019, ou seja, antes do período pré-pandemia.

Segundo disse, ontem, Luiz Carlos Ciocchi, presidente do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), isso se deve à “espetacular” geração de energia eólica nos estados nordestinos.

O Brasil passa pela pior seca dos últimos 91 anos, o que está afetando a produção de energia hidrelétrica em todo o país. De acordo com Ciocchi, o governo esperava que em agosto chovesse mais na região Sul, o que não aconteceu, o que levou à necessidade de transferência entre regiões.

Conta mais alta

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a taxa extra deverá ser novamente aumentada por causa da crise hídrica. “Não adianta ficar sentado chorando”, disse, em audiência pública no Senado.

“Temos de enfrentar a crise de frente. Vamos ter de subir a bandeira, a bandeira vai subir. Vou pedir aos governadores para não subir automaticamente (o ICMS, imposto estadual, cobrado no valor total da conta de luz), eles acabam faturando em cima da crise. Isso não é interessante. Temos de enfrentar, não adianta ficar sentado chorando”, declarou Guedes.

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