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Brasil

Polícia Federal indicia Bolsonaro e Eduardo por atuação nos EUA e apreende celular de Malafaia

Corporação afirma que ambos têm atuado para obstruir o avanço da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. O pastor Silas Malafaia foi alvo de uma operação da PF hoje e teve o celular apreendido no aeroporto do Galeão.

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Reprodução/YouTube/Poder 360

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) devido à atuação do parlamentar nos Estados Unidos. No relatório, a corporação afirma que ambos têm atuado para obstruir o avanço da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, que tem Bolsonaro como principal réu.

A PF indiciou pai e filho pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.

O relatório foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator do inquérito. O magistrado deve enviar o documento à PGR (Procuradoria-Geral da República).

Caberá ao procurador-geral, Paulo Gonet, definir se oferece denúncia, se requisita diligências complementares ou se pede o arquivamento da investigação. A última hipótese é considerada remota.

Segundo a PF, o deputado busca atingir diretamente instituições democráticas brasileiras, notadamente o STF e o Congresso, objetivando “subjugá-las a interesses pessoais e específicos” vinculados aos réus julgados na ação da trama golpista.

Investigadores encontraram um documento em que Bolsonaro pede asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. O arquivo, encontrado no celular do ex-presidente, dizia que ele é “perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos” no Brasil. O material teria sido salvo pela última vez em 10 de fevereiro de 2024, dois dias após uma operação que apreendeu o passaporte de Bolsonaro.

Relatório final diz que Bolsonaro transferiu dinheiro para Eduardo manter a atuação nos EUA. De acordo com as investigações, os recursos foram enviados de forma reiterada e fracionada para evitar mecanismos de controle legal. A PF diz que Bolsonaro admitiu o envio de R$ 2 milhões ao filho, mas omitiu outros repasses.

Também foram constatados saques frequentes e fracionados de dinheiro em espécie. As investigações mostraram que, desde janeiro, o ex-presidente realizou seis operações de câmbio no valor total de R$ 105.905,54 para adquirir moeda estrangeira, mesmo com a proibição de se ausentar do país.

PF também diz que Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares de não usar redes sociais. O relatório mostra que ele enviou vídeos no Whatsapp para listas de transmissão com deputados, senadores e aliados.

O inquérito foi instaurado em 26 de maio, por determinação de Alexandre de Moraes. O ministro acatou um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que afirmou que Eduardo estaria articulando sanções dos EUA para coagir o Judiciário e o Legislativo com objetivo de beneficiar o pai.

O pastor Silas Malafaia também é investigado. Ele foi alvo de uma operação da PF hoje e teve o celular apreendido no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, após desembarcar de Lisboa.

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o pastor teve passaportes cancelados, não pode sair do país e nem manter contato com Jair e Eduardo, mesmo por intermédio de outras pessoas.

Moraes também autorizou a quebra de sigilo de dados bancários, fiscais e telefônicos dos equipamentos apreendidos.

A PF havia incluído o pastor no inquérito sob relatoria de Alexandre de Moraes que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o comentarista Paulo Figueiredo por suposta tentativa de embaraçar as investigações.

“A continuidade das investigações demonstrou fortes indícios de participação de Silas Lima Malafaia na empreitada criminosa, de maneira dolosa e com unidade de desígnios com Jair Messias Bolsonaro e Eduardo Nantes Bolsonaro”, afirmou Moraes, que autorizou as medidas contra Malafaia.


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