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Brasil

Pesquisa do BID indica que 172 mil alunos deixaram a escola durante a pandemia no Brasil

Em números totais, no primeiro ano da pandemia, a educação brasileira foi a segunda mais afetada pelos desdobramentos da Covid-19 na América Latina, ficando atrás somente do México.

Evasão escolar no país aumentou em 12% durante a crise sanitária, aponta relatório do BID. (Foto:Getty Images)

Só no primeiro ano da pandemia do coronavírus, mais de 172 mil alunos, entre seis e 17 anos, abandonaram ou deixaram de frequentar a escola no Brasil. Um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), concluído em novembro de 2020, monitorou o comportamento dos estudantes latinos e caribenhos diante do fechamento das unidades escolares e da adoção do sistema de ensino a distância. Na realidade brasileira, o número de crianças e adolescentes fora da sala de aula subiu em 12% nesse período.

Intitulada como “Os custos educativos da crise sanitária na América Latina e no Caribe”, a pesquisa monitorou as condições acadêmicas e econômicas proporcionadas por 18 nações durante o ensino remoto e o impacto da crise sanitária da Covid-19 na vida escolar. Em números totais, a educação brasileira foi a segunda mais afetada pelos desdobramentos da Covid-19 na América Latina, ficando atrás somente do México. Com esses aumentos, a região acumula agora 1,5 milhão de jovens longe dos estudos.

A diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Cláudia Costin, explica que esse cenário pode gerar consequências irreversíveis a longo prazo, afetando, inclusive, a entrada dessas pessoas no mercado de trabalho. “Com a automação acelerada que estamos vivendo e o advento da inteligência artificial, muitos postos de trabalho têm sido extintos.

Os novos postos que estão sendo criados, estão demandando competências muito mais sofisticadas”, explica. “É dramático o que vai acontecer. É importante que os governos tenham sentido a urgência de fazer a busca ativa desses jovens que abandonaram ou venham a abandonar a escola e que se crie um sistema de recuperação de aprendizagem”, acrescentou.

A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNDA Contínua), divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), concluiu que a passagem do Ensino Fundamental para o Médio era o período de maior abandono escolar no Brasil. Durante a pandemia da Covid-19, a situação não parece ter sido diferente, por exemplo, no Estado do Rio de Janeiro.

Os dados da Secretaria de Educação do Estado apontaram que a principal série escolar afetada pela evasão foi o primeiro ano do Ensino Médio. Além disso, no ano passado, cerca de 2.200 alunos abandonaram ou deixaram de frequentar as escolas da rede estadual de ensino público fluminense. Em relação aos municípios, a cidade do Rio, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti foram responsáveis pelos maiores índices de abandono.

“Foi uma situação gravíssima o que aconteceu. Naturalmente, a culpa é principalmente da pandemia, mas também de uma gestão bastante inadequada da resposta educacional que precisava ser dada para a crise. Tanto no sentido de manter as escolas fechadas por muito mais tempo do que o resto do mundo, como por ser um país em que a conectividade ainda é um problema”, pondera Cláudia sobre os gargalos da inclusão digital.

As informações são da CNN Brasil.

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