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Brasil

‘Os gestores precisam ter um plano B para a variante Delta’, diz virologista da Fiocruz

Marilda Siqueira alerta que é difícil prever o impacto do espalhamento da nova cepa no Brasil, mas, se esperarmos para planejar, a reação pode vir tarde demais

Testes detectam a variante. (Foto: Justin Lane/EFE)

A cientista que lidera o maior projeto de monitoramento de variantes do coronavírus no Brasil ainda não tem certeza sobre o impacto para o país do espalhamento da Delta, a linhagem mais temida do vírus. Se os governos esperarem por mais detalhes científicos para planejar uma resposta, porém, pode ser tarde demais para o país, diz ela.As informações são do Globo.

“Os gestores têm de se preparar para o pior, esperando pelo melhor”, diz Marilda Siqueira, chefe do laboratório de vírus respiratórios da Fiocruz.

Como a senhora espera que a variante Delta se comporte no Brasil? Ela vai se espalhar mais do que as outras?

A gente não espera nada, porque a gente não faz previsão. A gente faz ciência. A gente observa, estuda e vê o que está acontecendo. O que está acontecendo agora é que essa variante já foi detectada em 465 casos no Brasil, reconhecidos pelo Ministério da Saúde. Ela está presente em muitos estados. Alguns, incluindo Rio e São Paulo, já têm transmissão comunitária.

Nesse momento, o que estamos fazendo é trabalhar junto com os estados para aumentar o número de sequências (de genomas de amostras do vírus) e verificar se essa tendência de aumento vai continuar ou não.

O que nós observamos é que, em outros países onde a Delta entrou, incluindo vários da Europa que têm dados consistentes e robustos, ela atualmente é a cepa dominante. Mas lá eles tinham outras variantes circulando.
O que é mais diferente no contexto brasileiro?

Nós aqui temos a variante p.1, ou Gama, que ainda é a predominante no país, e não sabemos qual vai ser o comportamento da Delta diante dessa outra.

Esse monitoramento é feito todo pela Fiocruz?

A gente tem dados robustos, mas não é só a Fiocruz. Outras redes também estão trabalhando nessa questão. Quem centraliza é o Ministério da Saúde. Todos os nossos relatórios e resultados são enviados ao mesmo tempo, no mesmo e-mail, para o ministério e para as secretarias estaduais e municipais de saúde dos estados de onde vêm as amostras.

Confira a reportagem completa.

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