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Na Região Norte, em fevereiro, mais de sete em cada dez reajustes salariais ficaram acima da inflação, diz Dieese

Reajustes insuficientes para a recomposição do valor real dos salários ocorreram em percentuais que variaram entre 2,3%, no Sul, e 9,9%, no Norte.

Em fevereiro, segundo um levantamento mensal feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), 69% dos 149 reajustes salariais concedidos a trabalhadores — e analisados até 9 de março — resultaram em ganhos reais para os empregados, ou seja, ficaram acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses e apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na prática, isso representa sete em cada dez negociações.


Reajustes acima da inflação predominaram em todas as regiões do país. No Centro-Oeste, 82,9% dos acordos e das convenções tiveram aumentos acima do INPC. No Sudeste, esse índice foi de 75,5% e, no Nordeste, de 70%.

No Norte do Brasil, as negociações que resultaram em reajustes acima da inflação representaram 72,3% do total. No Sul, 71,9%. Reajustes insuficientes para a recomposição do valor real dos salários ocorreram em percentuais que variaram entre 2,3%, no Sul, e 9,9%, no Norte.

No recorte geográfico, os maiores pisos salariais médios e medianos são os do Sul (respectivamente R$ 1.653,37 e R$ 1.572,20); e os menores, os do Nordeste (respectivamente R$ 1.413,23 e R$ 1.349,48).

Ainda de acordo com a pesquisa, as negociações salariais que resultaram apenas na reposição da inflação foram equivalentes a 23,5% dos casos. Em outros 7,4%, as correções ficaram abaixo da alta do custo de vida.

“O desempenho das negociações de fevereiro foi semelhante ao das duas datas-bases anteriores, em especial à de dezembro de 2022, em que predominaram os reajustes acima do INPC”, informou o Dieese.

A variação real média dos reajustes (descontada a inflação) foi positiva em fevereiro: 0,79%. O valor é ligeiramente inferior ao registrado em janeiro (0,89%).

Ainda de acordo com o departamento, não houve registro de pagamento parcelado dos reajustes, a exemplo do que aconteceu nos últimos meses.

O Dieese analisou ainda os chamados reajustes escalonados (aqueles que pagos em valores diferenciados segundo as faixas salariais ou os tamanhos das empresas). Esse escalonamento foi adotado em apenas 4,7% dos casos analisados.

Considerando o acumulado desde janeiro deste ano, 73,6% dos 1.184 reajustes analisados até 9 de março garantiram ganhos reais aos trabalhadores. Em 19,3% dos casos, as correções garantiram apenas na reposição da inflação. Em 7,1%, ficaram abaixo da alta do custo de vida.

“A variação real média dos reajustes em 2023 é, no momento, de 0,88% acima do INPC”, concluiu o levantamento.
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