Motta e Alcolumbre declaram apoio ao governo Lula e defendem “soberania” contra tarifa de Trump

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declararam apoio ao governo Lula (PT) na reação ao “tarifaço” de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

A manifestação conjunta ocorre em meio ao agravamento das tensões comerciais entre os dois países, após o presidente americano Donald Trump vincular a sobretaxa à situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante reunião nesta quarta-feira (16) com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, os chefes do Legislativo reafirmaram o compromisso do Congresso em defender a soberania nacional e apoiar medidas de retaliação, se necessário.

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Em vídeo enviado à imprensa, Alcolumbre classificou a medida americana como uma “agressão ao Brasil” e elogiou a condução política de Lula ao delegar protagonismo a Alckmin.

Ele também defendeu uma resposta firme e serena, sem qualquer menção às demandas por anistia a Bolsonaro, como propõem seus filhos, os parlamentares Eduardo e Flávio Bolsonaro.

“Vejo nesse momento uma agressão ao Brasil e aos brasileiros, o que não é correto. Temos que ter firmeza, resiliência e tratar essa reação com serenidade”, disse Alcolumbre. “O Parlamento está ao lado do povo brasileiro.”

Motta, por sua vez, reforçou o papel da Câmara como “retaguarda do Executivo”, citando a Lei de Reciprocidade, aprovada em abril, como exemplo de prontidão legislativa diante de embates comerciais.

“O Brasil não pode ser levado a situações em que decisões externas venham a interferir na nossa soberania”, afirmou.

Impacto político e econômico

A nova alíquota de 50% imposta por Trump sobre produtos brasileiros foi anunciada como retaliação política. Em carta pública, o republicano afirmou que o Brasil está cometendo uma “coisa horrível” contra Bolsonaro, que é réu em ações relacionadas à tentativa de golpe de Estado em 2022.

Parlamentares ouvidos pelo G1 apontam que a reação coordenada de Alcolumbre e Motta reforça o isolamento político da família Bolsonaro, que buscava condicionar a suspensão das tarifas à aprovação de uma anistia ampla no Congresso. A proposta, no entanto, não encontra apoio institucional e passou a ser vista como uma tentativa de chantagem política.