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Brasil

Maia diz a Raoni que não vai pautar projeto sobre mineração em terras indígenas

Presidente da Câmara diz que quer sinalizar para o Brasil e o mundo a preocupação com o meio ambiente.

Em encontro com o cacique Raoni e deputados ligados à causa ambientalista e indigenista, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), garantiu que não vai pautar no Plenário da Casa projetos que flexibilizem mineração em terra indígena ou permitam a ampliação da atuação de madeireiras na região amazônica.

“Nossa intenção é que a gente possa construir projetos que sinalizem aos brasileiros e ao mundo a nossa preocupação com o meio ambiente”, disse o presidente.

Ele recebeu o grupo a pedido do próprio cacique Raoni, que esteve na Câmara, acompanhado por parlamentares da oposição, para rebater críticas feitas a ele pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (24), no discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

No discurso, Bolsonaro disse que não vai ampliar as reservas indígenas no País e afirmou que, “muitas vezes”, líderes indígenas como o cacique Raoni são “usados como peça de manobra” por governos estrangeiros.

Na Câmara, Raoni rebateu o fato de Bolsonaro ter questionado sua liderança entre os índios. “Bolsonaro falou que eu não sou liderança. Ele é que não é liderança e tem que sair”, disse Raoni por meio de uma intérprete, a índia Kainú, apresentada como representante das mulheres do Xingu.

Na Câmara, Raoni foi defendido por parlamentares da oposição. “Ontem, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) divulgou estudo que mostra aumento de 20% de assassinatos de lideranças indígenas. Que direito o presidente da República tem em incitar o ódio, dividir os povos e convidar essa turma criminosa de grileiros e desmatadores para destruir a Amazônia?”, disse o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA).

Apoio a Bolsonaro

A posição de Bolsonaro contou com o apoio de grupo de índios que acompanhou o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO).

“Trouxemos outras lideranças indígenas para reforçar o que disse o presidente: que existem várias lideranças dos povos indígenas, com posições diferentes, inclusive os que querem caminhar para um país melhor, apoiar nosso governo e querem produzir e trabalhar nas suas terras”, disse o líder do governo.

Ele estava acompanhado de Sílvia Waiãpi, secretária especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde. Ela reforçou a defesa feita pelo líder do governo à posição de Bolsonaro de integrar os indígenas à economia do País. “Queremos desenvolvimento, e este governo está nos dando oportunidades. Sou a primeira mulher oficial das Forças Armadas no Brasil. Nenhum outro governo fez isso”, disse.

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