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Brasil

INSS vai adotar inteligência artificial para detectar fraudes em atestados médicos

Ferramenta, que estará em pleno funcionamento no início do ano, já identificou o caso de um profissional que falsificava documentos.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai adotar a inteligência artificial para detectar fraudes em atestados médicos enviados ao órgão para solicitação de benefícios, como o auxílio-doença. A expectativa é que ainda neste mês entrará em operação um novo sistema com robôs, que fará cruzamentos em bancos de dados para mapear irregularidades — com uso até de análise comportamental. A ferramenta estará em pleno funcionamento no início 2024, segundo o órgão.

O INSS informa que o sistema vai aprimorar a checagem de dados, principalmente no Atestmed (sistema utilizado para o envio da documentação médica de forma digital, por parte do segurado, dentro do site ou do aplicativo Meu INSS). O objetivo é detectar fraudes. Atualmente, esse monitoramento dos atestados é feito por amostragem.

Responsabilização criminal

Com a inteligência artificial, serão conferidos nos atestados a identificação dos médicos, os registros no CRM, a grafia (letras) dos profissionais e os disparos em massa de um mesmo IP, por exemplo. De acordo com o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, quem fraudar atestados médicos vai responder criminalmente.

“Já identificamos alguns casos, e eles foram entregues à Polícia Federal, que tomará as medidas necessárias. E podem estar certos: a pessoa que apresentar atestado médico falso vai responder criminalmente”, alertou.

Um dos casos detectados e entregue à PF foi o de uma profissional de São Paulo com quatro padrões de letras diferentes. A médica sequer trabalhava no hospital informado no atestado médico.

Recentemente, o INSS adotou uma série de medidas para tentar reduzir a fila de segurados aguardando que as solicitações de aposentadorias, pensões ou auxílios-doença sejam processadas. Entre as estratégias, estão o envio de documentação por meio da plataforma do INSS, o pagamento de bônus a servidores que trabalharem fora do horário regular de serviço na análise dos processos e o atendimento à distância via telemedicina, no âmbito do Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS).

Mais de 1,6 milhão de pedidos estão na fila do INSS

De acordo com o Portal da Transparência Previdenciária, a fila do INSS tem 1,63 milhão de pedidos aguardando análise. As informações dizem respeito aos números de setembro, os mais recentes divulgados pelo governo. Do total:

55% aguardavam análise dentro do prazo de 45 dias
20,7%, de 46 a 90 dias, ou três meses
15,2%, de 91 a 180 dias, ou seis meses
7,5%, de 181 dias a um ano

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou que o governo mantém o plano de, até dezembro de 2024, atender todos os pedidos de aposentadorias, pensões e auxílios em até 30 dias, ou seja, 15 dias a menos do que o prazo legal.

“Até dezembro (de 2023), nossa intenção é colocar todo mundo em 45 dias de espera. Para que, no ano que vem, comecemos a pensar em um novo modelo, um modelo mais ágil, mais rápido. Estamos trabalhando para isso”, afirmou Lupi.

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