Brasil
Indígenas suspendem bloqueio em rota de transporte de grãos na Amazônia
As empresas que comercializam grãos disseram que os protestos estavam impedindo o embarque de cerca de 70.000 toneladas métricas de mercadorias.

Indígenas Munduruku em protesto na semana passada antes de estrada ser liberada. (Foto:Reprodução/Via REUTERS)
Manifestantes indígenas suspenderam o bloqueio da Rodovia Transamazônica, reabrindo uma rota importante de transporte de grãos que liga regiões produtoras ao porto fluvial de Miritituba, no Pará, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e uma operadora de rodovias nesta terça-feira.
Ativistas indígenas Munduruku fecharam intermitentemente a estrada, também conhecida como BR-230, desde 25 de março, para pressionar o Supremo Tribunal Federal a derrubar uma lei de 2023 que limita os direitos indígenas à terra, conhecida como Marco Temporal.
As empresas que comercializam grãos disseram que os protestos estavam impedindo o embarque de cerca de 70.000 toneladas métricas de mercadorias, no valor de quase US$30 milhões, todos os dias.
A Abiove disse que ficou sabendo na manhã de terça-feira que os líderes indígenas haviam encerrado o bloqueio após conseguir uma reunião com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
A Via Brasil BR-163, empresa que administra 1.009 quilômetros da rodovia que liga as fazendas do Estado do Mato Grosso ao porto fluvial, também confirmou o fim do protesto.
Assessores de Gilmar Mendes informaram que uma reunião foi agendada para 15 de abril.
Cerca de 15 milhões de toneladas de soja e milho foram carregadas em barcaças em Miritituba no ano passado, com destino a portos de exportação. Isso corresponde a mais de 10% dos volumes totais de exportação do Brasil para esses grãos.
Prevê-se que os embarques pelo porto fluvial aumentem cerca de 20% este ano, uma vez que os agricultores brasileiros, que devem se beneficiar da escalada da guerra comercial entre os EUA e a China, comercializam uma safra recorde de soja e uma esperada colheita abundante de milho.
Mesmo antes do início dos protestos, o acesso a Miritituba já era prejudicado pelas más condições da BR-230.
Num trecho não pavimentado de cinco quilômetros conhecido como Transportuária, alguns caminhões teriam aguardado por até três dias para descarregar mercadorias, disse a Associação Nacional das Empresas de Transporte de Cargas (Anatc), referindo-se ao início da temporada de exportação da soja.
A Via Brasil BR-163 disse que um novo acesso será construído quando o Judiciário lhe conceder permissão para desapropriar certas áreas e melhorar a infraestrutura.
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