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Brasil

Gilmar Mendes: “estávamos sendo governados por uma gente do porão”

Gilmar Mendes não poupou ataques aos grupos suspeitos de tramar uma ruptura no país.

Ministro Gilmar Mendes, do STF – Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes reagiu às denúncias feitas pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), que ligou o ex-presidente Jair Bolsonaro mais uma vez a uma ideia de um golpe. As informações são do site UOL.

“O que mostra é que a gente estava sendo governado por uma gente do porão […] Vamos esperar o resultado das investigações, mas essas pessoas se comunicaram”, disse.

Mendes está em Lisboa para a conferência realizada pelo Lide, ao lado do ministro Ricardo Lewandowski. Os ministros Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso também farão discursos, mas por videoconferência. Há dois meses, quando a mesma conferência foi organizada em Nova York, bolsonaristas atacaram os ministros diante do local onde a reunião ocorria. Agora, em Lisboa, a segurança foi amplamente reforçada.

Gilmar Mendes não poupou ataques aos grupos suspeitos de tramar uma ruptura no país. “Esse é um dado da realidade. Pessoas da milícia do Rio de Janeiro, com contato na política internacional, isso é o que resulta quando vemos a nominata desses personagens”, afirmou Gilmar Mendes, antes do início da conferência. “Estávamos lidando com gente do porão”, insistiu. “Descemos na escala da degradação política”, concluiu o ministro. Em entrevista ao jornal português Expresso, Gilmar Mendes ainda falou nesta sexta-feira que Bolsonaro flertou com o autoritarismo.

Ao tomar a palavra durante seu discurso, Gilmar Mendes destacou ainda a necessidade de que as investigações apontem quem ocupava o topo da pirâmide de um grupo de disseminação de desinformação. Para ele, é necessário saber o que ganhavam, politicamente ou financeiramente.

Zumbis consumidores de desinformação

Ele ainda destacou a existência de uma elite política que alimentava “zumbis consumidores de desinformação”. Em sua avaliação, investigar isso é importante para ter boa qualidade democrática e para que nunca mais sejamos “pária internacional”. Para ele, em 2023, o Brasil vive uma nova etapa de sua história.

Em sua avaliação, investigar isso é importante para ter boa qualidade democrática e para que nunca mais sejamos “pária internacional”. Para ele, em 2023, o Brasil vive uma nova etapa de sua história. Mendes ainda fez uma defesa das instituições. “A democracia não é a vontade da maioria. Mas compromissos com nova gerações. Instituições servem para garantir nossa sobrevivência e sirva para conter impulsos ditatoriais”.

Em outro discurso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandovsky insistiu que é hora de “enfrentar o déficit democrático”. “O Brasil sobreviveu ao 8 de janeiro, quando as sedes dos poderes foram destruídas. Mas a democracia é resiliente e sobreviveu aos ataques antidemocráticos”, afirmou. Para ele, as instituições tem resistido “galhardamente aos desafios” . Ele ainda qualificou as tentativas de golpe em 8 de janeiro de “acontecimentos sombrios de e uma turba enfurecida”.

Sua opinião, porém, é que isso acabou “fortalecendo a democracia” e que a união dos três poderes e governadores foi “inédito e mostra a pujança das instituições”. Bolsonaro autorizou? O senador Marcos do Val, em coletiva de imprensa na quinta-feira, detalhou um plano supostamente articulado pelo ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) para grampear o ministro Alexandre de Moraes. A meta seria constrangê-lo e, eventualmente, promover um golpe.

Do Val detalhou ainda uma reunião com o Jair Bolsonaro. O senador contou como ocorreu o encontro entre ele, o ex-presidente e Daniel Silveira. “Na hora eu disse o seguinte: ‘não vou dar a resposta agora, vou pensar sobre isso’, porque eu já estava pensando que eu precisava reportar isso pro ministro [Alexandre de Moraes]”, narrou o senador. “Ele [Bolsonaro] falou ‘tá bom, nós aguardamos’. Só isso”, relatou Do Val.

Questionado se a resposta de Bolsonaro não indicaria que ele endossou o plano de golpe, Do Val disse que isso teria que ser perguntado ao próprio ex-presidente.

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