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Atos contra Supremo Tribunal ressuscitam falsa ligação entre ministro Moraes e facção criminosa

Uma série de decisões contra sites que incitam ações contra a democracia tornaram o magistrado um dos principais alvos dos protestos.

O ministro Alexandre de Moraes, durante sessão de julgamento sobre limite para compartilhamento de dados fiscais

Na movimentação para impulsionar a adesão às manifestações previstas para 7 de setembro, grupos voltaram a fazer circular com força nas redes sociais a falsa acusação de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já foi advogado da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Uma série de decisões contra sites que incitam ações contra a democracia tornaram o magistrado um dos principais alvos dos protestos.

A história de que o ministro seria ligado à facção criminosa começou em 2015, quando foi divulgado que ele, como advogado, tinha entre os seus clientes a Transcooper, empresa investigada por lavar dinheiro do PCC. Moraes aparecia como defensor da cooperativa em aos menos 123 processos na área cível do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Na época, o ministro era secretário da Segurança Pública de São Paulo no governo Geraldo Alckmin (PSDB) e disse que, após assumir o cargo, renunciou “a todos os processos em que atuava como um dos sócios do escritório de advocacia”. Também afirmou que estava licenciado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O assunto voltou a assombrar Moraes em 2017 na sabatina do Senado pela qual indicados ao STF precisam passar. “O escritório em que eu era sócio administrador tinha inúmeros clientes e um deles era a cooperativa. A atuação do escritório era em casos de indenização por acidente de trânsito. Como se chegou à questão do PCC? Determinado deputado estadual de São Paulo era um dos cooperados e, na sua campanha para a reeleição, pediu emprestada a garagem da cooperativa para reunião.

Nessa reunião, estavam presentes duas pessoas que estavam sendo investigadas por ligação com o crime organizado”,explicou o ministro na oportunidade. Ele também frisou que o envolvimento da Transcooper com o PCC não foi comprovado.

Nas postagens que circulam nos últimos dias nas redes sociais, Moraes é chamado de “advogado do PCC” e é acusado de tomar decisões baseadas em ordens da facção. Outras ofensas como “corrupto” e “vergonha do Judiciário” também têm sido publicadas.

Grupos radicais voltaram a usar uma montagem em que presidiários do PCC aparecem com uma faixa em apoio à indicação de Moraes ao STF. A foto original foi registrada em 2006 pelo fotógrafo Alex Silva. Na verdade, a frase escrita é “contra a opressão”. A imagem também circulou em abril de 2020, quando o ministro barrou a indicação para o cargo de diretor- geral da Polícia Federal do então diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, que havia atuado nas eleições de 2018 na equipe de segurança de Bolsonaro, de quem também é amigo.

No último domingo, 5, Moraes foi ofendido em um bar no Clube Pinheiros, em São Paulo. Um homem chamou o ministro de “advogado do PCC”, “careca ladrão” e pediu o fechamento do STF. O caso foi registrado na polícia como um suposto crime de injúria. O acusado, um publicitário, nega que tenha feito as ofensas. No momento, Moraes, que mora próximo ao clube, não estava no local, mas seguranças ouviram as ofensas e avisaram a escolta pessoal do ministro, que fizeram um boletim de ocorrência em nome do ministro no 14o Distrito Policial (Pinheiros).

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